21/10/2013

Economista da USP mostra que empresários brasileiros estão no bolso do Governo do PT


O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, principal guru de Marina Silva na área econômica, concedeu uma entrevista à jornalista Eleonora de Lucena, da Folha, na qual previu que a Rede Sustentabilidade terá grandes dificuldades para obter adesões empresariais – muito embora já tenha o apoio de grupos econômicos de peso, como o Itaú, de Neca Setúbal, e a Natura, de Guilherme Leal.
Ex-professor da USP, do Insper e de Cambridge, ele aponta uma suposta cooptação dos empresários pelo governo federal. “O que me entristece é ver boa parte do empresariado brasileiro tutelado pelo governo e neutralizado na sua capacidade de crítica pelo fato de depender de obséquios, favores, subsídios e proteção que o governo oferece. O empresariado brasileiro em boa parte se comporta como súdito e não como cidadão. O governo abriu esse balcão de negócios. Começou a negociar caso a caso tarifa de proteção para setor, a abrir os cofres dos bancos estatais para os empresários. Como é que um empresário que está dependendo de um crédito de um banco estatal vai poder aparecer publicamente criticando o governo? Ele fica tolhido. A elite empresarial está no bolso do governo”, diz Giannetti da Fonseca.
Na mesma entrevista, Giannetti também afirma que Marina seria “menos estatizante” do que a presidente Dilma Rousseff. “Não entendo um governo que coloca tanta ênfase num trem bala e deixa esquecida a questão do saneamento básico”, diz o economista, disparando contra o governo Dilma.
Ele afirma que o modelo seria semelhante ao do segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o primeiro do ex-presidente Lula, ancorado no tripé câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e metas de inflação. “Não vamos reinventar a roda. Vamos continuar o que estava funcionando muito bem no Brasil, que é o tripé”, diz ele. Foi quando se plantaram as bases de um crescimento melhor no Brasil. FHC privatizou, quebrou monopólios, acabou com a discriminação do capital estrangeiro, fez a lei de responsabilidade fiscal. No primeiro governo Lula, a agenda microeconômica foi formidável, porque melhorou o ambiente de negócios: nova lei de falências, alienação fiduciária, crédito consignado. Estava indo bem.”

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