10/12/2013

Marconi vai à justiça contra a fábrica petista de dossiês falsos


Marconi e Obras
Em texto da jornalista Fabiana Pulcineli, publicado hoje em O Popular, está a repercussão junto ao governador de Goiás, Marconi Perillo, das denúncias que estão no livro do delegado de polícia e ex-secretário nacional de justiça no governo Lula, Romeu Tuma Junior, na parte que envolve o governador de Goiás como vítima de espionagem e fraude por parte do palácio do planalto.
Romeu Tuma Junior revelou que Lula encomendou “esquentar” um dossiê contra o então senador Marconi Perillo (PSDB) com a intenção de desmoraliza-lo e desgasta-lo junto à opiniã0 pública, principalmente em Goiás. Marconi anuncia que pretende ir à justiça para buscar a reparação cível e criminal contra todos os envolvidos neste escândalo. Acompanhe a matéria publicada em O Popular:

O PSDB apresentou ontem requerimento no Senado para ouvir o delegado Romeu Tuma Junior, ex-secretário Nacional de Justiça (2007 a 2010), que denunciou à revista Veja desta semana uma fábrica de dossiês de petistas contra adversários do Planalto. Citado na entrevista de Tuma Júnior, o governador Marconi Perillo (PSDB) disse que “a verdade está sendo trazida à tona”. Já os petistas repudiaram as declarações do ex-secretário Nacional de Justiça.
Na entrevista, o ex-auxiliar do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que está prestes a lançar o livro Assassinato de Reputações — Um Crime de Estado, afirma que uma das primeiras “vítimas” de tentativa de desconstrução foi Marconi. “Um dos mais escandalosos pedidos para fulminar alguém me foi feito pelo ex-ministro da Justiça Luiz Paulo Barreto. Um dia ele me chamou ao seu gabinete e, um tanto lívido, disse: ‘Isso aqui veio de cima, lá do Planalto, do Gilberto Carvalho. Ele quer que você atenda a um pedido do Lula e mande para o DRCI investigar isso aqui’. 0 ‘isso aqui’ do ministro da Justiça era um envelope numa pastinha que ele me entregou, com um dossiê contra Marconi Perillo”, afirmou à revista.
O episódio ocorreu em 2010. O jornal O Estado de S. Paulo revelou à época que o Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI) do Ministério da Justiça havia aberto investigação em 12 de março, após dossiê que apontava contas em bancos da Suíça, Estados Unidos e paraísos fiscais do Caribe. Então vice-presidente do Senado, Marconi denunciou que o dossiê era apócrifo e sem consistência e apresentou requerimentos para que o então chefe de Gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, e para que Tuma Júnior dessem explicações à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa sobre o processo. Ele negou que tenha contas fora do País.
O deputado federal goiano Sandro Mabel (ex-PR, hoje no PMDB) também foi convidado porque foi apontado na época como o responsável por levar ao Planalto o suposto dossiê que serviu de base para a abertura da investigação contra Marconi.
Em nota oficial divulgada domingo, Gilberto Carvalho, hoje secretário-geral da Presidência, diz repudiar “as acusações absolutamente falsas do senhor Romeu Tuma Júnior”. Afirma que vai processá-lo “imediatamente” por calúnia. Na entrevista, Tuma Júnior também diz ter ouvido de Carvalho a confissão de que recursos arrecadados em Santo André na gestão do prefeito petista Celso Daniel alimentavam campanhas eleitorais do PT.
Marconi também diz que deve entrar com ações judiciais com base nas “revelações” de Tuma Júnior. “Vou conversar com o meu advogado. Creio que no mínimo uma ação indenizatória possa ser intentada. Além, é claro, de ações que devam também ser protocoladas no sentido da reparação criminal”, afirmou em entrevista ontem, depois de dizer que foi “implacavelmente perseguido” por ter afirmado que havia alertado o ex-presidente Lula sobre o mensalão.
“As revelações do dr. Tuma são muito importantes porque acabam por revelar ao Brasil algumas políticas de bastidores sórdidas. Alguns esquemas que são montados para destruir biografias, carreiras, reputações. Infelizmente por eu ter avisado da existência do mensalão ao ex-presidente (Lula) houve por parte dele e de alguns dos seus seguidores um ódio muito grande”, afirmou o governador tucano. “Fica evidenciado que havia uma armação para me prejudicar”, disse.
Também citado na entrevista, o ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT), hoje governador do Rio Grande do Sul, negou as acusações em nota oficial. Tuma Júnior o acusou de ter engavetado investigação sobre suposta conta bancária que alimentaria o mensalão. O petista afirmou que encaminhou todas as denúncias que recebeu com indícios de corrupção formalmente para a Polícia Federal.
No livro Tuma Júnior também afirma que todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram grampeados ilegalmente pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em 2007. Ele ainda diz que Lula foi informante da ditadura.
O Instituto Lula não quis se manifestar sobre o assunto.
REQUERIMENTO
Ontem o vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), apresentou requerimento de convite a Tuma Júnior para depoimento. Ele espera que o delegado apresente à CCJ documentos que comprovem as acusações feitas na entrevista à Veja e no livro. Por se tratar de convite, ainda que seja aprovado, o requerimento não o obriga a comparecer. “São revelações que mostram a apropriação da máquina do Estado por um grupo que a coloca a seu próprio serviço”, afirmou na justificativa.
Na Câmara, o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), também afirmou que protocolaria ainda ontem um requerimento na Comissão de Segurança Pública da Casa – que tem maior equilíbrio entre governistas e oposicionistas – para ouvir Tuma Júnior. O DEM também apresentou pedidos de convocação de Gilberto Carvalho nas comissões de Segurança Pública e Fiscalização e Controle da Câmara para que ele preste esclarecimentos.

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