20/01/2014

Venda de Neymar teve fraude de R$ 120 milhões, segundo jornal espanhol


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A investigação sobre a transferência de Neymar do Santos para o Barcelona revelou uma fraude que totaliza 120 milhões de reais, informa a edição desta segunda-feira do jornal espanhol El Mundo. A publicação diz ter obtido acesso aos documentos que a Justiça vem examinando para constatar se houve discrepância entre o valor pago pelo clube catalão e o preço anunciado pela diretoria, como afirmam os opositores do presidente do Barça, Sandro Rosell.
De acordo com os papéis, Neymar não custou 57 milhões de euros, como disse o clube, mas sim 95 milhões de euros, ou mais de 300 milhões de reais. A diferença entre os valores, 38 milhões de euros, corresponde a vários tipos de premiações e comissões previstas nos contratos mas não declaradas pelo clube.
Um dos principais destinatários desses valores adicionais foi o pai do jogador, diz o jornal. Os papéis indicam também que Neymar ganhou uma garantia de remuneração – ele receberia no mínimo 54 milhões de euros, mesmo que o clube não conquiste os títulos que podem engordar a conta do brasileiro com bônus e prêmios.
Conforme a reportagem do El Mundo, Neymar pai receberia um total de 8,5 milhões de euros, ou 27 milhões de reais, em comissões variadas. Vale dizer que não há ilegalidade na atuação do pai do atleta: os valores adicionais prometidos em contrato pelo clube foram armas dos catalães para convencer Neymar a escolher o Barcelona.
Para a diretoria, porém, a operação pode provocar problemas, já que a disparidade entre os valores anunciados publicamente e o dinheiro gasto de fato na operação pode levar a uma acusação de apropriação indébita da gestão de Sandro Rosell. A oposição do Barça acusa a fraude por causa de termos obscuros do acordo com o jogador.
Os 8,5 milhões de euros destinados ao pai de Neymar incluem, por exemplo, serviços de captação de contratos de patrocínio para o clube, investimentos em ações sociais no Brasil e até serviço de “olheiro” – Neymar pai, que não é agente profissional de atletas, receberia nada menos que 2 milhões de euros para que ele buscasse novas promessas do futebol.
O jornal afirma que todas essas comissões são garantidas – o contrato diria claramente que os pagamentos não estão atrelados ao cumprimento dos serviços. “A contraprestação é fixa e não está sujeita ao êxito das gestões que serão realizadas”, diz o acordo. A negociação envolve um total de sete documentos, que foram redigidos entre novembro de 2011 e setembro de 2013 – e neles estão descritas todas essas comissões e acertos até então desconhecidos.
Caso seja confirmado, o valor total investido pelo Barcelona na transação faria do brasileiro o jogador mais caro da história. Os 95 milhões de euros superariam os 94 milhões pagos pelo Real Madrid por Cristiano Ronaldo e os 91,5 milhões que o mesmo Real gastou para levar Gareth Bale.
Assim como os rivais, porém, o time de Madri também é acusado de anunciar um valor diferente do que realmente pagou por Bale – o Tottenham, clube anterior do atleta, diz ter recebido 100 milhões de euros. No caso do Real, o objetivo da declaração do valor diferente seria bem menos complexo: o clube estaria preocupado apenas em não deixar Cristiano Ronaldo enciumado por perder o status de número 1.

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