13/02/2014

Bomba! Pizzolato depositou 50 mil Euros na conta de Delúbio Soares

O Mensaleiro João Paulo Cunha também pediu para Pizzolato depositar dinheiro na conta de um parente seu

Pizzolato
O Presidente do Supremo Tribunal Federal brasileiro, Joaquim Barbosa, tinha conhecimento da sigilosa investigação feita pela Interpol (envolvendo os Carabinieri, a Polícia Federal do Brasil, da Argentina, da Espanha e a Guarda de Finança da Itália) para localizar e prender Henrique Pizzolato, realizada ontem (5) em Pozza di Maranello. Para não atrapalhar a busca a Pizzolato, sabe-se que Barbosa adiou propositadamente a prisão do deputado João Paulo Cunha, outro condenado ainda em liberdade, cujos atos nos últimos meses foram fundamentais para o sucesso da operação.
Barbosa foi comunicado por seus assessores de inteligência no STF que a Polícia Federal estava monitorando comunicações entre Pizzolato e a cúpula do Partido dos Trabalhadores PT, principalmente alguns condenados na Ação Penal 470. Ocasionalmente, a Interpol interceptou pelo menos uma ligação telefônica feita do Brasil para Pizzolato, na Itália, no dia 16 de janeiro. Quem ligou foi o deputado João Paulo Cunha. Na interpretação da conversa interceptada, Cunha teria pedido um depósito em dinheiro na conta de um parente.
Tal ligação entre o deputado e o foragido foi decisiva para a polícia italiana localizar Pizzolato. Mas a pista principal para capturá-lo – segundo versão vazada da investigação – foi uma doação de 50 mil Euro feita na Europa para a conta, no Brasil, do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores Delúbio Soares. O dinheiro veio em nome de cidadãos italianos e marroquinos.
Agora, a Procuradoria Geral da República brasileira e a Polícia Federal daquele país, com a ajuda do Coaf brasileiro (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) investiga se houve doações semelhantes para outros membros do Partido dos Trabalhadores já detidos. Sabe-se que o Partido coordenou uma brevissima campanha de arrecadação de fundos totalizando em poucos dias aproximadamente 600 mil Euros sob condições que geraram investigações do Ministério Público brasileiro.
Os investigadores analisam dados de dois computadores apreendidos na casa do sobrinho de Pizzolato, no momento da prisão em Pozza de Maranello. A Interpol também investiga detalhes de viagens feitas por Pizzolato pela Europa – principalmente pela França e pela Suíça – para realizar transações bancárias. Caso se confirmem tais movimentações financeiras, haverá evidências de que Pizzolato teve ajuda de membros do Partido para fugir do Brasil com o objetivo de gerenciar recursos do esquema do chamado Mensalão – e, possivelmente, de outras irregularidades.
No interrogatório à Guardia di Finanza, Pizzolato declarou que é completamente inocente das acusações e reiterou que “agiu apenas cumprindo ordens superiores como funcionário do Banco do Brasil” (do qual foi diretor de Marketing). Seu descontentamento com a cúpula de seu partido, no entanto, pode não ser infundado, uma vez que Pizzolato protagoniza, certamente, um jogo de pressão. Consta ainda que em um cofre bancário no exterior, Henrique Pizzolato tem uma caixa com três HDs (Hard Disks) contendo um arquivo completo de todas as negociações feitas entre 2003 e 2007 com o esquema do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. Pizzolato confia que tais documentos – que podem ser colocados à disposição das autoridades italianas – serviriam como seu “seguro de vida”.




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