26/05/2014

MPF quer retirada do ar de propaganda mentirosa do Governo Federal sobre a Copa do Mundo



Copa do mundo

Governo Federal estaria divulgando informações mentirosas sobre benefícios da Copa do Mundo para o país

Proteger a cidadania e a dignidade dos brasileiros, como também os seus direitos fundamentais à informação e à verdade estatal, especificamente no que diz respeito ao conteúdo da atual campanha publicitária “Todos ganham (Hexa)”, que promove a marca “A Copa das Copas”, executada pelo governo federal. Com esse objetivo, o Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) ajuizou ação civil pública (ACP), com pedido de antecipação de tutela, para suspender a campanha de marketing referente à Copa do Mundo FIFA 2014.
A campanha do governo vem anunciando que o torneio trará grandes benefícios aos brasileiros, em função de investimentos públicos que teriam sido realizados na infraestrutura urbana e nos serviços públicos, benefícios que, segundo a narrativa oficial, serão permanentes.
Entretanto, essa não é a realidade que se verifica. Diante da iminente realização do evento, notícias divulgadas pela imprensa informam que vários empreendimentos projetados para os aeroportos, o transporte público e o trânsito foram cancelados ou substituídos por outros de menor impacto e, ainda assim, não serão concluídos a tempo. A situação evidencia os efeitos da desorganização, da falta de planejamento, da incompetência em executar o que se planejou quanto à infraestrutura e aos serviços voltados à realização da Copa do Mundo.
De acordo com o MPF/GO, como o Brasil foi homologado no ano de 2007 para sediar a Copa do Mundo (ou seja, há sete anos), teve grande oportunidade e tempo suficiente para executar planos de investimento que efetivamente investissem e corrigissem as mazelas da infraestrutura e dos serviços públicos, principalmente nas cidades-sede. No entanto, segundo levantamento realizado pelo jornal Folha de São Paulo no início deste mês de maio, o país tinha concluído menos da metade daquilo que se comprometeu fazer. Das 167 intervenções anunciadas, apenas 68 estão prontas, ou seja, 41%. Outras 88 obras (58%) ainda estão incompletas ou ficarão para depois da Copa. Por fim, 11 obras foram abandonadas e não sairão do papel.
Dados do Senado Federal informam que o custo da Copa do Mundo no Brasil somam US$ 40 bilhões, enquanto a soma do total investido nas últimas três edições do evento (Japão/Coreia, Alemanha e África do Sul) foi de US$ 30 bilhões.
Para o procurador da República Ailton Benedito, autor da ação, “além de não condizer com a verdade, o conteúdo publicitário da atual campanha atinge o inconsciente coletivo, de forma subliminar, com mensagens de que o governo federal cumpriu tudo que compromissara; que a organização do evento transcorreu sem problemas; que todas as ações, programas e políticas públicas necessárias foram planejados e executados completa e adequadamente; que não se utilizaram recursos públicos no evento; que a Copa proporciona, exclusivamente, resultados positivos para o país; que existe unânime aprovação do evento; que, enfim, todos os brasileiros já estão unidos, vestindo a camisa amarela da seleção e calçados de chuteira, esperando apenas o momento de comemorar, sambar, festejar a vitória do Brasil”.
Na ação, o MPF/GO requereu a concessão de medida liminar que determine a imediata suspensão da campanha publicitária em todos os veículos de comunicação e proíba o governo federal de realizar outras campanhas publicitárias sobre a Copa que não tenham caráter educativo, informativo ou de orientação social. Além disso, requereu, ainda, a aplicação de multa diária de R$ 5 milhões à União e de multa diária pessoal de R$ 1 milhão aos agentes do governo, no caso de retardamento no cumprimento da decisão. Fonte: MPF-GO

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