01/01/2016

Delator que trabalhava para Youssef diz ter levado R$ 300 mil para Collor


Um dos delatores da Operação Lava Jato, o doleiro Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef transportando dinheiro, disse em depoimento que, em 2014, levou R$ 300 mil para o ex-presidente da República e atual senadorFernando Collor de Mello (PTB-AL) em pacotes de notas de R$ 100.
Em sua delação, que acabou homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Ceará também mencionou ter feito entregas de dinheiro a outros políticos. O depoimento em que cita Collor foi dado em julho, mas veio a público nesta semana.
Ele contou que, no final de janeiro de 2014, Youssef pediu a ele que levasse R$ 300 mil para Maceió. Segundo o delator, o dinheiro estava dividido em 30 pacotes de notas de R$ 100.
No Hotel Radisson em Maceió, Ceará contou ter entregado o dinheiro a Rafael Ângulo Lopez, outro carregador de dinheiro de Youssef e que também fez acordo de delação premiada com a Lava Jato,que confirmou que, no total, seriam entregues R$ 900 mil ao mesmo destinatário.
Ao questionar para quem seria o dinheiro, Ângulo Lopez teria ficado em silêncio. Só ao retornar a São Paulo é que ele teria ficado sabendo que o montante era destinado a Collor.
Segundo Ceará, Youssef disse que tinha recebido uma reclamação porque Ângulo Lopez tinha chamado Fernando Collor de “velho e gordo”. Diante disso, o delator disse a Youssef: “Ah, então o dinheiro de Maceió foi para Collor“, ao que o doleiro respondeu: “Foi”.
Collor é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) desde março, quando foram abertos as primeiras investigações pela PGR envolvendo políticos como alvos da Lava Jato.
Por meio de uma nota divulgada pela sua assessoria de imprensa, Collor negou conhecer Ceará e questionou a credibilidade do seu depoimento.
“A delação retardatária e oportunista carece de mínima credibilidade: o delator nada sabe por si, mas limita-se a papagaiar informações que alega ter ouvido dizer não por acaso de outros delatores seus comparsas, todos irmanados em um único propósito: obter benefícios contando mentiras convenientes ao interlocutor de ocasião. O Senador Fernando Collor não conhece e nem faz ideia de quem sejaCarlos Alexandre de Souza Rocha, pessoa de quem jamais ouviu falar”, diz a nota.
Fonte: G1

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