O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan) e do Grupo Executivo de Enfrentamento às Drogas (Geed), lançou hoje (02/11) de manhã ações de enfrentamento às drogas no Estado, dentro do Programa de Ação Integrada de Desenvolvimento, o PAI Social. O evento foi realizado no auditório Mauro Borges do Palácio Pedro Ludovico Teixeira (PPLT), em Goiânia. Participaram o governador Marconi Perillo, o vice José Eliton, o secretário Giuseppe Vecci, a presidente do Geed, Ivânia Alves Fernandes Pessoa, representantes do Legislativo, Judiciário e Ministério Público, além de representantes de comunidades terapêuticas que atuam no tratamento de dependentes de álcool e outras drogas.
As drogas são uma realidade cada vez mais presente na sociedade. Segundo levantamentos, 10% da população dos centros urbanos de todo o mundo consomem abusivamente substâncias psicoativas. No Brasil, 1,2 milhão de pessoas são vulneráveis à dependência química. Em Goiás, as substâncias psicoativas já estão presentes em mais de 300 mil usuários e pelos menos 50 mil pessoas são viciadas em crack, conforme dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (Unodoc) e Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
Por isso, o Governo de Goiás pretende atuar de forma planejada e integrada para conter o avanço do uso de drogas no Estado, e conta com a parceria da sociedade, por meio das comunidades terapêuticas. Segundo o secretário Giuseppe Vecci, durante a elaboração do Plano de Ação Integrada de Desenvolvimento (PAI), no ano passado, foi criado o Grupo Executivo de Enfrentamento às Drogas (Geed) para coordenar e operacionalizar as ações de prevenção, tratamento e repressão ao uso de drogas. “O mais importante é que essas ações contam com recursos financeiros assegurados para serem implementadas”, destacou.
CEAT-D
Durante a solenidade, a presidente do Geed, Ivânia Fernandes, apresentou as ações que estão sendo implementadas. Uma delas é a criação do Centro Estadual de Avaliação Terapêutica Álcool e outras Drogas (CEAT-AD), que será instalado no Setor Sul, em Goiânia, e deve ser inaugurado no dia 15 de janeiro de 2014. O CEAT-D atuará como medida de alto impacto para resgatar vidas, auxiliar as famílias e promover a reintegração social do cidadão.
Também foram lançados os editais para aquisição de 700 vagas em comunidades terapêuticas; para investimento em projetos de comunidades terapêuticas visando a profissionalização e reinserção social do drogadicto; e para seleção de projetos arquitetônicos de adequação física e estrutural das comunidades terapêuticas para ampliação de vagas. Ao todo, o Governo do Estado está investindo R$ 9 milhões nessas ações, que vão beneficiar mais de 2 milhões de pessoas. Foi apresentado ainda o projeto Caravana Anjos Urbanos, que promove ação de prevenção nos municípios e já foi lançado em Caldas Novas.
O governador Marconi Perillo entregou cheques, no valor de R$ 50 mil, a representantes de 21 comunidades terapêuticas selecionadas para que estas façam investimentos em reforma ou na compra de veículos ou equipamentos para a adequação de suas instalações às exigências da Vigilância Sanitária. Falando em nome das instituições, a representante da Comunidade Terapêutica Maria de Nazaré, Marizete Martins Nascimento, ressaltou que, no caso das pessoas que sofrem de dependência química, além de seu tratamento, é preciso lutar contra o preconceito que sofrem e pela sua profissionalização e reinserção na família e na sociedade. “Precisamos também apoiar os familiares e atuar na área de prevenção”, afirmou.
O governador Marconi Perillo, em seu pronunciamento, informou que o Governo está construindo os cinco primeiros Centros de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeqs). Ele afirmou que tem fiscalizado de perto a obra do Credeq de Aparecida de Goiânia, que está mais avançada. Mas lembrou que é necessário contar com o apoio das comunidades terapêuticas no tratamento de pessoas dependentes de drogas, e ainda das igrejas e das escolas no trabalho de prevenção . “A prevenção é muito mais barata do que a recuperação ou punição”, afirmou. Marconi acrescentou que maior número de comunidades terapêuticas poderiam ser beneficiadas com repasse de recursos, entretanto muitas enfrentam problemas de falta de documentação . “Faço um apelo para que essas instituições se organizem”, destacou.