AFP – O tufão Hagupit chegou às Filipinasneste sábado, atingindo a Ilha de Samar, na região oriental das Filipinas, afirmou Mark Timbal, porta-voz do Conselho Nacional de Gestão e Redução de Risco.
Segundo as autoridades, o tufão Hagupit chegou a comunidades pesqueiras remotas da Ilha de Samarcom rajadas de vento de 210 km por hora.
Chuvas torrenciais e ventos fortes já haviam atingido o leste das Filipinas neste sábado, antes da chegada do tufão que ameaça regiões já devastadas pelo supertufão que atingiu o país no ano passado, deixando milhares de mortos.
Antes da chegada do tufão Hagupit, 600.000 habitantes das zonas costeiras foram abrigados em refúgios e mais pessoas são aguardadas nesses locais neste sábado.
Segundo as previsões, depois de o Hagupit passar pela Ilha de Samar (leste), ele deve chegar às regiões centrais, em sua maior parte dedicadas à agricultura, e possivelmente a Manila, capital do país, com mais de 12 milhões de habitantes.
Haiyan, a forte tempestade registrada no ano passado, com ventos de 315 km/hora, deixou 7.350 mortos e desaparecidos, arrasando o centro das Filipinas.
Em Tacloban, uma das cidades mais afetadas por Haiyan, milhares de pessoas já ocupavam neste sábado em escolas, igrejas e outros abrigos.
Mais de 10.000 pessoas receberam a ordem de se refugiar em prédios seguros, de acordo com a prefeita deCatbalogan Stephany Uy-Tan.
“Nós não queremos que as pessoas entrem em pânico, mas ordenei evacuações forçadas para proteger os habitantes”, disse a prefeita à AFP por telefone.
Apenas na região oriental de Bicol, as autoridades afirmaram que eram esperadas 2,5 milhões de pessoas -a metade da população local- nos abrigos no fim da tarde deste sábado.
Cerca de 50 milhões de pessoas, a metade da população, vivem em áreas vulneráveis, disse à AFP a Secretária de Bem-Estar Social, Corazón Soliman.
O arquipélago filipino é a primeira grande massa terrestre golpeada por tufões e grandes tempestades tropicais procedentes do Oceano Pacífico. Durante o ano são registradas em média 20 grandes tempestades, e muitas delas deixam vítimas.
O país em desenvolvimento, com 100 milhões de habitantes tem sido atingido por violentas tempestades nos últimos anos, o que, segundo especialistas, se deve às mudanças climáticas.
Em 2011 e 2012, essas tempestades deixaram cerca de 3.000 mortos no país. E em julho deste ano, o tufãoRammasun matou 111 pessoas quando cruzou Manila, paralisando a capital por dias.
Centenas de moradores se refugiaram na capital da província de Surigao, nas Filipinas
Foto: Erwin Mascarinas / AP