Dos 702 bairros registrados oficialmente em Goiânia, não houve qualquer caso de homicídio em 674 deles em janeiro
Pelo terceiro mês consecutivo, Goiânia registra diminuição nas ocorrências dehomicídio. A base de comparação são os mesmos meses dos anos anteriores. Em janeiro, a redução na capital goiana foi de 8% no comparativo com o mesmo período de 2014, segundo dados da Seção de Análise Criminal do Observatório de Segurança da Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária (veja quadro). Os dados de Goiás ainda estão em apuração e devem ser divulgados no decorrer da semana.
Em relação à distribuição territorial das ocorrências de janeiro, observa-se que, dos 702 bairros registrados oficialmente em Goiânia, não houve qualquer caso de homicídio em 674 deles em janeiro, o que corresponde a 95% do total. A redução dos casos de homicídios em Goiânia seria maior em janeiro, chegando a 13%, não fosse um fato atípico ocorrido no dia 27, terça-feira, quando assaltantes morreram após reação de seguranças de uma empresa de valores, durante tentativa de roubo a um carro-forte na Avenida T-9. Na ocasião, dois criminosos foram mortos decorrentes da intervenção profissional.
Homicídios em Goiânia
Produtividade
Os dados positivos de janeiro vêm na sequência do resultado de 2014, quando, pela primeira vez nos últimos anos houve estabilidade na taxa de homicídios por 100 mil habitantes. Também coincidem com aumento nos efetivos das polícias e, consequentemente, incremento na produtividade.
A Polícia Civil, por exemplo, registrou um aumento de 31% em todos os procedimentos realizados. Os Autos de Prisão em Flagrante tiveram um salto de 16% em 2014 em relação a 2013. Já os Autos de Apreensões em Flagrante, que envolvem menores infratores, observaram um acréscimo de
32%.
De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, João Carlos Gorski, o incremento na produtividade da tem significado uma maior efetividade da instituição. “A Polícia Civil de Goiás tem alcançado bons resultados na investigação”, diz.
A Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) de Goiânia, por exemplo, obteve um índice de resolução de aproximadamente 50% dos casos – quando a média nacional é de cerca de 8%. Gorski cita que, com as recentes mudanças promovidas pela Polícia Civil, a expectativa é de que ocorra uma melhora ainda maior.
A Polícia Militar, por sua vez, aumentou em 40% o número de operações em todo o estado. O número de apreensões de drogas pela corporação subiu 17% no mesmo período e o de prisões de foragidos, 12%.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Sílvio Benedito Alves, destaca os principais pontos de atuação da corporação no combate à criminalidade: a definição de áreas prioritárias e reforço no policiamento nas áreas críticas (chamadas “manchas quentes”), o aumento na apreensão de armas e a interação com a comunidade.
Em janeiro, o número de apreensões de armas foi recorde em Goiânia, com 97 unidades irregulares. Em relação a janeiro de 2014, quando foram apreendidas 57 armas, o acréscimo foi de 70%.
Homicídios ocultos
Apesar dos números positivos dos últimos três meses, o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Joaquim Mesquita, ressalta que os números ainda são altos e que os fatores que influenciam nas causas de homicídio não são afetos apenas às forças policiais. Mesquita destaca, ainda, a dificuldade de se fazer estudos de períodos mais longos, pois há inconsistência nos dados estatísticos sobre criminalidade e violência no País.
O estudo Mapa dos Homicídios Ocultos, do economista Daniel Cerqueira (Ipea), demonstrou que, no Brasil, há uma subnotificação de aproximadamente 18% nos homicídios. Em Goiás, esse índice está em torno de 3%.
Fonte: SSP-GO