Uma nova planilha, apreendida em posse do empreiteiro Olívio Scamatti, sugere pagamentos mensais da “Máfia do Asfalto”, entre 2011 e 2013, para deputados estaduais e federais, prefeitos e servidores públicos. Na quarta-feira, foi revelada a existência de uma primeira planilha, apreendida com um contador ligado à organização, que apontava pagamento de mais de 3 milhões de reais a políticos. Para o Ministério Público, os documentos são ”indícios de propina”.
Os nomes dos parlamentares Cândido Vaccarezza (PT), Geraldo Vinholi (PSDB), Jéfferson Campos (PSD), Otoniel Lima (PRB) e Itamar Borges (PMDB) aparecem com assiduidade no documento encartado aos autos da Operação Fratelli – missão integrada da Polícia Federal e do Ministério Público que investiga organização infiltrada em pelo menos 78 municípios da região noroeste de São Paulo para fraudar licitações com recursos de emendas de deputados federais e estaduais.
Mais citado - Uma das citações mais frequentes na contabilidade do principal alvo da Operação Fratelli aponta para o nome do deputado federal Cândido Vaccarezza e de uma ex-assessora dele, Denise Cavalcanti. Em 2011, por exemplo, os lançamentos se repetem onze vezes, apenas entre janeiro e maio. Em 2012, há outras quatro menções ao petista. A soma global de valores foi de 355 000 reais.
Scamatti – preso há sete meses – é o controlador do Grupo Demop, que reúne empresas de construção, entre elas a Scamatti & Seller e a Scan Vias. Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Núcleo São José do Rio Preto (SP), atribuem ao empreiteiro o papel de “chefe da quadrilha, grande articulador e mentor da absoluta maioria das fraudes”.