O gêmeo siamês separado Heitor Brandão, de 5 anos, permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia. De acordo com boletim médico, divulgado na tarde deste domingo (22), o estado de saúde é regular e ele respira com auxílio de oxigênio inalatório. Além disso, o garoto se alimenta normalmente pela boca e também por meio de uma sonda gástrica.
Na manhã deste domingo, o pai do garoto, Delson Brandão, postou em uma rede social uma foto de Heitor na UTI. O menino segurava um aparelho celular, no qual assistia TV. “Agora é a hora do Chaves!”, destacou o pai.
De acordo o cirurgião pediatra Zacharias Calil, que acompanha o garoto desde o seu nascimento, a melhora do quadro de saúde é reflexo de 12 horas diárias de fisioterapia. Ele revelou, ainda, que o processo de cicatrização também está em evolução. “Antes, os curativos nos locais das lesões tinham que ser feitos diariamente. Agora esse procedimento ocorre de dois em dois dias”, explicou.
Separação
Heitor se recupera da cirurgia de separação do irmão, Arthur, ocorrida no último dia 24 de fevereiro. Três dias após o procedimento, Arthurnão resistiu e morreu em decorrência de uma parada cardíaca.
Natural de Riacho de Santana, cidade do interior da Bahia, a mãe deArthur e Heitor, Eliana Ledo Rocha Brandão, veio a Goiânia um mês antes do nascimento dos filhos para que eles tivessem acompanhamento desde o parto, em maio de 2009. Eles eram unidos pelo tórax, abdômen e bacia, compartilhando o fígado e genitália.
Os siameses passaram por 15 procedimentos cirúrgicos, entre eles alguns para implantação de expansores no corpo para que tivessem pele suficiente para a separação. Os meninos só alcançaram as condições necessárias para a cirurgia neste ano.
Antes da cirurgia, Eliana afirmou que, apesar das restrições físicas, os filhos não possuíam nenhum problema cognitivo. Com personalidades “totalmente diferentes”, os gêmeos sonhavam com a cirurgia, segundo a mãe. “Eles querem se separar, não querem desistir porque sabem que vão ter liberdade, uma independência maior, poder ir sem precisar da permissão do outro”, disse a mãe antes do procedimento.