O relatório final do acidente de helicóptero que matou o ex-jogador Fernandão, ídolo do Internacional e do Goiás, e mais quatro pessoas, divulgado na noite desta segunda-feira pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), aponta que a tragédia ocorrida em junho de 2014 teve “falha humana”.
De acordo com o laudo, o piloto Milton Ananias, de 50 anos – uma das vítimas do acidente – não tinha habilitação para fazer voo noturno e sua jornada de trabalho foi prorrogada além do que determinam as regras da aviação. A extensão do horário de serviço, aponta o laudo, pode ter causado fadiga no piloto.
O documento aponta ainda outros fatores que podem ter contribuído para o acidente, como o fato de o piloto ter deixado de avaliar as características físicas e operacionais do local de decolagem, que não era registrado.
“A decisão por decolar de local não homologado ou registrado, em período noturno, sem referências luminosas externas e sem estar habilitado ao voo, refletiu uma sequência de julgamentos inadequados acerca do contexto de operação que favoreceu a decolagem em condição significativamente adversa”, revela uma parte do texto do laudo.
Segundo o relatório, as condições meteorológicas não foram determinantes para a queda do helicóptero, já que o vento estava calmo no momento da viagem. Além disso, os exames que foram realizados no sistema de controle de voo não indicaram falhas no helicóptero.
Acidente – Fernandão morreu na queda de um helicóptero em 7 de junho de 2014, em Aruanã, a 315 quilômetros de Goiânia. A tragédia ocorreu pouco tempo depois de o grupo deixar um acampamento às margens do Rio Araguaia.
As outras vítimas do acidente eram Edmilson de Sousa Lemes, cabo da Polícia Militar e presidente da Câmara Municipal de Palmeiras de Goiás, Milton Ananias, coronel aposentado da Polícia Militar e piloto da aeronave, Lindomar Mendes Vieira, funcionário da fazenda de Fernandão, e Bidó Antônio de Paula. Fernandão foi o único a ser encontrado com vida no local do acidente. Ele chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Carreira – Natural de Goiânia, o atleta viveu a maior fase de sua carreira no Sul. Pelo Internacional, onde jogou por cinco anos, foi campeão gaúcho, conquistou uma Copa Libertadores da América e um Mundial de Clubes, em 2006. No clube, chegou a atuar como dirigente e técnico. Fernandão também teve passagens por Goiás, São Paulo, Olympique de Marselha e Toulouse, na França.
Fonte: Veja