30/07/2024

União Europeia não reconhece vitória de Maduro e pede transparência na contagem de votos




 Josep Borrell, Alto Representante da União Europeia, disse que a Europa não reconhecerá Nicolás Maduro como presidente até que a CNE divulgue todas as atas de votos e comprove que não houve fraude. Apesar da CNE já ter oficializado Nicolás Maduro como presidente eleito, o organismo se recusa a divulgar todas as atas de votos.

29/07/2024

Nicolás Maduro é reeleito presidente da Venezuela para mais 6 anos


 Aconteceu o que quase todo jundo esperava. A vitória do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda). Maduro foi reeleito para mais um mandato de 6 anos nas eleições de domingo (28.jul.2024). O chavista está no poder desde 2013. A posse do venezuelano será em janeiro de 2025. O anúncio foi feito pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) por volta das 1h15 (horário de Brasília) desta 2ª feira (29.jul).

Com 80% das urnas apuradas, Maduro obteve 51,2% dos votos (5.150.092), contra 44% (4.445.978) do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita). Outros candidatos obtiveram 462.704, com 4,6% dos votos. O nível de participação eleitoral foi de 59%, segundo o órgão eleitoral –que é controlado pelo governo. O voto não é obrigatório e não há 2º turno.

QUEM É NICOLÁS MADURO

Além de comandar o Executivo há 11 anos, o presidente tem uma extensa carreira política. Participa de movimentos de esquerda desde a juventude por influência do pai, Nicolás Maduro García.

Nascido em 23 de novembro de 1962 em Caracas, Nicolás Maduro Moros trabalhava como motorista do Metrobús, na capital, antes de seguir a carreira política. Atualmente é casado com Cilia Flores, ex-advogada de Chavéz e atual deputada do PSUV. Tem um filho do 1º casamento, Nicolás Maduro Guerra.

O líder venezuelano passou a aprofundar sua participação em movimentos sindicais quando se envolveu no Conselho de Administração. Mais tarde, fundou o Sindicato do Metrô de Caracas.

A carreira política ganhou impulso nos anos 1990, com envolvimento no MBR-200 (Movimento Revolucionário Bolivariano 200). O grupo tentou, sem sucesso, derrubar o presidente Carlos Andrés Pérez em 1992, o que resultou na prisão de Hugo Chávez, então líder do MBR-200.

Depois de Chávez assumir a presidência em 1999, Maduro ingressou na política no mesmo ano. Tornou-se integrante da Assembleia Nacional Constituinte, contribuindo para a criação de uma nova Constituição, que está em vigor no país até a atualidade.

Foi deputado da Assembleia Nacional Constituinte e presidente da Assembleia Nacional. Em 2006, tornou-se ministro das Relações Exteriores da Venezuela.

Fonte: Poder360

27/07/2024

Direita repudia “Santa Ceia” com Drag Queens na abertura das Olimpíadas de Paris


 

Brasileiros conservadores de várias religiões e políticos da direita repudiaram a zombaria à fé cristã.

A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris causou revolta entre nomes do conservadorismo brasileiro e no mundo inteiro. As reclamações estão nas mais variadas redes sociais e veículos de comunicação. Um dos momentos da festa trouxe uma paródia do quadro “A última Ceia”, de Leonardo da Vinci, que faz referência à última refeição de Jesus Cristo com seus apóstolos antes da crucificação.

Na cerimônia, alguns personagens bíblicos foram retratados por drag queens, entre elas, Nicky Doll, ex-participante do reality show RuPaul’s Drag Race.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) protestou: “As Olimpíadas começaram fazendo uma zombaria demoníaca da fé cristã”, escreveu em uma publicação no X.

Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também criticou a apresentação. “Vocês lembram o que aconteceu depois da encenação do Diabo pisando em Jesus no Carnaval de 2019? Com Deus não se brinca”, disse.

26/07/2024

Bolsonaro denuncia que governo brasileiro quer facilitar sua execução


 O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu ontem, 25/07, que o governo federal quer “facilitar” sua execução. Afirmou que medidas de segurança foram enfraquecidas por decisões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por integrantes da sua equipe serem alvos de medidas cautelares.

Em ato com apoiadores em Caxias do Sul (RS), Bolsonaro afirmou ainda que Lula “pessoalmente” vetou o uso de 2 carros à prova de balas. Também citou a defasagem na sua equipe de segurança, já que alguns integrantes foram alvos em diferentes operações da PF (Polícia Federal). São eles:

  • Sérgio Cordeiro (caso da falsificação de cartões de vacinação);
  • Max Guilherme (caso de falsificação de cartões de vacinação);
  • Marcelo Camara (suposta tentativa de golpe de Estado); e
  • Osmar Crivelati (caso das joias sauditas).

“Pela presidência, tinha direito a 2 carros. Lula pessoalmente me tirou os 2 carros blindados. Tenho direito a 8 funcionários […] por medidas cautelares, me tiraram os 4 que trabalhavam na minha segurança […] Eles querem facilitar. Eles não querem mais me prender, querem que eu seja executado”, disse.

Bolsonaro mencionou o atentado sofrido pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump –seu aliado– e disse que o Brasil é “espelho” do país. Também afirmou acreditar que o republicano será eleito nas eleições neste ano.

“Tem uma coisa, o que acontece nos EUA nos últimos anos, como um espelho, vem acontecendo no Brasil. Eu acredito na eleição de Donald Trump em novembro no corrente ano”, declarou.

AO QUE UM EX-PRESIDENTE TEM DIREITO?

Pela atual legislação, encerrado o mandato de um presidente, ele ainda tem direito a mecanismos de segurança e assessoramento pagos pela Casa Civil da Presidência da República.

São eles:

  • 4 servidores para segurança;
  • 2 carros oficiais e 2 motoristas; e
  • 2 servidores para assessoramento.

Ao todo, o Estado poderá pagar por até 8 funcionários por ex-presidente, que podem ser escolhidos por cada um deles. Não há especificações sobre o carro ser blindado na legislação.

 

Fonte: Poder360

25/07/2024

Após mentiras de Maduro, TSE cancela envio de observadores à Venezuela


 O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desistiu de enviar observadores para acompanhar as eleições da Venezuela. A decisão foi tomada como respostas às acusações do presidente Nicolas Maduro, que questionou o sistema eleitoral brasileiro durante discurso nesta terça-feira (23).

“Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo. 

A Justiça Eleitoral brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil”, diz o texto encaminhado a jornalistas.

24/07/2024

Tiro em Trump acertou Biden e reabilitou Partido Democrata. Leia agora o artigo de Demóstenes Torres!


Ascensão de Kamala não está cristalizada e o resultado eleitoral deve seguir a lógica do comércio e da indústria mundiais

Ainda ecoam nos céus do Norte os tiros de Thomas Crooks que acertaram a orelha de Donald Trump e mataram um bombeiro. O barulho foi tamanho que provocou o abatimento de seu principal concorrente, Joe Biden, uma volta seguida de reviravolta. Os tímpanos do republicano sequer haviam se recuperado quando tiveram de ouvir a azáfama em torno da atual vice-presidente Kamala Harris.

Na verdade, a saída de Biden do páreo livrou os Estados Unidos de um grave risco, a sua reeleição. A chance de vitória sobre Trump era a de pangaré contra trem-bala, parceiro, mas é melhor evitar. Vai que… É, não vai mais. Ainda bem para todos. Não porque o atual presidente seja velho demais ou tenha saúde de menos, mas por ser excessivamente mau administrador. Entre as alternativas para substituí-lo estão Kamala, já com delegados suficientes para se lançar, e as ex-primeiras-damas Michelle Obama e Hillary Clinton, além de obscuros governadores.

O problema de Biden para continuar no cargo não foi a idade ou a demência, mas as justificativas fakes, com as quais sua vice concordava e as quais divulgava. Daí, claro, o anúncio de apoio a ela, praticamente consolidada enquanto escrevo este artigo.

Porém, tendo a concordar com Trump, que disse ser “mais fácil” derrotá-la. Chegou à Vice-Presidência da maior potência do planeta depois de períodos como procuradora-geral e senadora da Califórnia. Sua bandeira, quase obsessão: a defesa do aborto. E isso lá é tema que se erga para impedir sua nação de perder para a China o posto de nº 1 na economia mundial? Caberia num podcast sobre saúde pública, não como argumento de quem tem ao alcance da mão as senhas de lançar ogivas que fariam da Terra um amontoado de pó lançado no espaço.

Até agora, Kamala fracassou no que lhe foi delegado a nível nacional. Biden confiou-lhe a política externa/interna com os imigrantes. Acossados por Trump no mandato anterior, poderiam ser transformados em eleitores democratas. A vice confundiu articulação com mea culpa. Praticamente pedia perdão aos violadores da fronteira com o México.

Não se exigiria de uma filha de indiana com jamaicano rigor com quem escolhe outra pátria para viver. Afinal, um dos diferenciais para o êxito norte-americano, da cultura às invenções, é justamente a acolhida aos povos em seu território.

De novo, o que se espera de alguém com quase duas décadas a menos que o adversário, a única missão bem-sucedida de Kamala foi ser a primeira autoridade de posto tão significativo a passar pano em hospital de aborteiros. Não, não era solidariedade a mulheres vítimas de violência sexual ou gestantes com fetos anencéfalos ou grávidas com a vida em risco –a vice-presidente dos EUA fez constar em sua agenda oficial o beija-mão a empresários cuja rotina é eliminar fetos.

Tudo bem, o Partido Democrata está pobre de quadros depois de 16 anos de Bill Clinton e Barack Obama, fora os 4 com o apalermado Biden. Tanto é que as opções a Kamala, à exceção das duas lembradas no início deste texto, são de provocar riso no touro de Wall Street. Uma delas, Michelle Obama, o cérebro nas políticas públicas do marido, foi descartada sem maiores discussões. E merecia ter sido reincluída. Foi a primeira afro-americana na Casa Branca, como Kamala foi a primeira vice numa central de aborto. Todavia, não foi desta vez.

Dos mares, o nunca dantes navegado nestes meses de turbulência provocada pela maré mansa de Trump produziu uma onda surfada por seus inimigos: só em descartar Biden já deu ao Partido Democrata o direito a sonhar. Em 15 e 16 de julho, quando o presidente cambaleava, sem cair, a agência Reuters e a empresa Ipsos pesquisaram, descobrindo que Trump e Kamala estavam empatados. A ultrapassagem dela, divulgada na 3ª feira (23.jul.2024), foi só consequência, 44% a 42%, empate técnico que avermelhou ainda mais o rosto laranja mecânica do republicano.

Mesmo o público racista deve concordar que a cor da pele não interferiu na gestão nem nos dados dos levantamentos. Se o casal Obama se reelegeu e não conseguiu triunfo na sucessão nada tem a ver com gênero ou etnia, pois sua escolhida para tentar era mulher e branca, Hillary Clinton.

Igual a Biden, Barack ficou com um pé no terceiro-mundismo, tentando implantar até o Obama Care. Oficialmente, era a Lei de Proteção e Cuidado Acessível ao Paciente, uma versão do brasileiro Sistema Único de Saúde, endeusado por quem tem plano particular e nunca precisou esperar meses por exame e anos por cirurgia. Ou seja, nem Hillary, nem Bill, nem qualquer aliado de Obama ganharia da então zebra Trump. Principalmente com o SUS no currículo.

Equivoca-se quem acha que será cristalizada a ascensão de Kamala, em virtude da catarse com o ocaso de Biden. É pauta momentânea. A espera é para ver quem Trump vai derrotar com mais folga, pois deve dar a lógica do comércio e da indústria mundiais, a do resultado prático em cada condado do país continental. E a vice, como seu titular, são o retrato do fiasco.

Enquanto Tio Sam perde tempo em debates inócuos, China e Índia avançam, mesmo em condições opostas. Em vez do comércio de armas para todos os lados das guerras, os 2 mais populosos do globo preferem o varejo das quinquilharias. No lugar de negócios escusos com governos, abastecem via correios as casas e as lojas dos mais distantes lugares. Mais limpo e mais lucro.

A questão é torcer para que o eleitor norte-americano escolha o que mais o aflige, se a decisão da Suprema Corte contra o aborto ou a expectativa de números e índices sorrirem para o lobo de Wall Street. São os fatos, não os fetos.

22/07/2024

Estádio Serra Dourada vai ganhar nova iluminação


A Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) deu início à fabricação dos pórticos e elementos metálicos que vão compor toda estrutura de sustentação da nova iluminação do Estádio Serra Dourada.

A troca dos refletores atende exigência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para que a arena sedie jogos da Série A. Serão usados equipamentos modernos adequados para a transmissão de partidas em alta definição.

A previsão é de que as obras sejam concluídas no segundo semestre de 2024. O investimento supera os R$ 12 milhões, recursos do Tesouro Estadual. Quando a etapa atual estiver pronta, os técnicos passarão à montagem da nova estrutura e instalação dos novos refletores

Iluminação

Serão 412 novos refletores com tecnologia LED, já utilizada em arenas de todo o mundo e do Brasil, como no estádio do Morumbi. De acordo com o presidente da Goinfra, Santos Filho, o projeto garante a fidelidade de cores e movimentos, qualidades necessárias para realização de transmissões em 3D e 4K.

“Com esse novo sistema, o Serra Dourada vai se equiparar aos grandes estádios do Brasil e do mundo em termos de iluminação. O estádio ficará apto a receber grandes partidas e atender futuras exigências de níveis luminotécnicos. Paralelamente, a obra promove redução de custos com energia elétrica diante da nova eficiência energética promovida pela tecnologia LED”, completa Santos Filho.

Atualmente, a Goinfra conduz a montagem de apoio para andaimes que serão utilizados na desmontagem da estrutura e sistema de iluminação atuais. A equipe já concluiu os trabalhos de reforço estrutural com fibra de carbono nas vigas de concreto onde as armações serão fixadas. A empresa fez ainda a remoção da parte elétrica dos refletores antigos.

17/07/2024

Bocelli, Nunes e bala. Leia agora o artigo de Demóstenes Torres!


 

O que uma cidadezinha da Pensilvânia, outra ainda menor na Toscana e uma imensa daqui têm a dizer sobre os riscos da demonização na política.

Duas cidadezinhas dos 2 lados do Atlântico estão no noticiário desses dias por motivos bem diferentes. Com 13.000 habitantes, Butler, na Pensilvânia, costa leste dos Estados Unidos, viu o ex-presidente Donald Trump sofrer um atentado.

Dez vezes menor, Lajatico, na Toscana, Itália, sedia nesta semana 3 shows em comemoração às 3 décadas de carreira de seu filho ilustre, o tenor Andrea Bocelli, que apareceu para o mundo em 1994 ao ganhar o Festival de Música de Sanremo.

Butler entrou para a história do mundo no sábado (13.jul) e, na 2ª feira (15.jul), Lajatico entrou para a história deste articulista. Ganhei da minha mulher, Flávia Coelho Torres, como presente de aniversário de casamento, ingresso para a 1ª apresentação da série 2024 de Andrea Bocelli no Teatro do Silêncio, que dentro é indescritível e fora se veem as colinas toscanas, ou seja, mais inefável ainda.

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O bucólico Teatro del Silenzio, na Toscana

Até chegarmos lá, o espetáculo inicial é da natureza. Deslumbrantes paisagens de verão. Os Apeninos centrais cumprem com força sua missão de irradiar beleza: videiras, oliveiras, girassóis, fenos em fardos e tudo que de belo pode ser reunido num só lugar.

O show, como esperado, foi de altíssimo nível. Andrea Bocelli, família e mais de uma centena de músicos com sublime performance. Cordas impecáveis e tudo o que faz a festa dos tímpanos exigentes. Os convidados são do nível de seus compatriotas Eros Ramazzotti, Tiziano Ferro e Elisa. O norte-americano Jon Batiste balançou a galera em 4 canções animadas.

Se os grandes prêmios de música do planeta –Grammy, Globo de Ouro, Bafta, Naacp e Critic’s Choice– tivessem peso em metal como têm em prestígio, o palco ia ruir. Mas o que fez o teatro vir abaixo foram os aplausos, pois o silêncio que a casa carrega no nome foi quebrado apenas por sons que justificam Deus ter nos municiado de audição.

Haveria algo que pudesse atrapalhar o pedacinho do céu?

Sim, a organização do evento. Ambiente de vaquejada. Filas de carros que atrasaram o show em mais de 1h30. Cadeiras de boteco enterradas na pedra. Filas quilométricas para tudo, às portas dos raros banheiros, nos locais de venda de bebidas, para todo lado. A aglomeração em busca de sanitário só não foi maior porque na metade do show já havia acabado a água e só restavam Coca-Cola e cerveja quentíssimas. Quinze minutos depois, nem isso.

Na saída, muita poeira e desorganização. Os europeus, que vieram de todo o continente, têm média de idade alta, potencializando o caos. Foi muito difícil. A mobilidade começava com i. Mais de 3 horas para deixar o local, uma para encontrar o carro no meio do pó da terra levantado por pés e pneus, outras duas para chegar ao hotel. Ainda bem que o show compensou tudo isso.

E o que tudo isso tem a ver com Donald Trump? Nada. Ou quase.

No fim de 2016, Andrea Bocelli encontrou-se com o então recém-eleito magnata e confirmou presença na sua posse na Presidência dos Estados Unidos. Comprou briga com a mídia de Júpiter às Fossas Marianas. Faltou receber apenas tiros de verdade. Assim como Joe Biden diz ter feito com figura de linguagem, a imprensa metralhou o tenor e os demais artistas que participariam da cerimônia.

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Bocelli e Trump durante encontro realizado em dezembro de 2016

Bocelli já cantou para o democrata Barack Obama e o republicano George W. Bush. Diante de Trump, não pôde, o quarto poder vetou. Felizmente, o atirador foi eliminado (infelizmente, matou um bombeiro) e não pode confirmar ou negar influência da frase infeliz de Biden, julgando ter chegado a hora “de colocar Donald Trump no alvo”.

Frases infelizes têm mirado outro político que vai disputar eleição neste ano, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Nova vítima da imprensa. É óbvio que não cometeu violência doméstica, trombeteada de Norte a Sul, porque a lei não prevê, nem teria como, pena para discussão entre casais, cadeia para DR de cônjuges, ainda que acirradas, ríspidas.

Honra-me muito ser autor original do que redundaria na Lei Maria da Penha. Minha proposição, que se chamaria Lei Consuelo Nasser, cedeu lugar à Maria da Penha porque o governo atrapalharia a tramitação de algo protocolado por quem o mirava com frases felizes na tribuna do Senado. Meu projeto, de 2003, previa inclusive o feminicídio, que ficou fora da Maria da Penha e surgiria somente em 2015. Portanto, não passo pano para agressor de mulher. E Nunes não é um deles.

A capital paulista, 1.000 vezes maior que Butler e 10.000 vezes maior que Lajatico, tem candidatos muitas vezes melhores que Biden e Trump. O principal adversário de Nunes, Guilherme Boulos, dispõe de qualidades próprias, não precisa de empurrão das fake news travestidas de jornalismo. O eleitor, idem, independe do tapetão midiático.

Resolver eleição com acusações falsas é estratagema mais velho que os Apeninos, assim como no tiro. Conta a história que quando Getúlio Vargas simulou que haveria eleições antes do Estado Novo, José Américo de Almeida, baita escritor e político que supostamente seria apoiado pelo ditador no pleito de 1938, iniciou um comício na maior cidade do interior da Paraíba falando gritado: “Boa noite, Campina Grande”. As balas pipocaram. Em seguida, ele arrematou correndo da bagaceira: “Até logo, Campina Grande”.

Meu pai, Avelomar Torres, foi duas vezes candidato em nossa terra natal, Anicuns (GO), pouco menor que Butler. Levava meu irmão mais velho, Adevaldo, para “chegar a botina” nos adversários, verbalmente, pois muitos se lembram dele como um dos maiores oradores de Goiás. Ele ficava embaixo para segurar “o pessoal do PSD” no cano do 38. Não raramente a coisa terminava em encrenca.

Esse modelo, repita-se, é mais démodé que o topete de Trump, que tiveram (o homem e o topete) uma sorte inigualável, já que o atirador treinara até horas antes. Por 1 centímetro ele perderia metade do tampão da cabeça, o cérebro voaria como o de JFK, o topete se arrastaria pela Pensilvânia.

O atentado a Trump reforça o que ressaltamos aqui com frequência: a proteção à autoridade se estende ao público. Em Butler, o assassino foi eliminado imediatamente e mesmo assim encontrou tempo para fulminar um bombeiro.

O caso dos ministros do Supremo Tribunal Federal é exemplar. A mídia expele sobre eles milhões de frases infelizes. Um maluco esteve armado no STF para matar o decano Gilmar Mendes. E os irresponsáveis do teclado acham que os integrantes da Corte devem abrir o peito para o perigo. Butler mostrou uma resposta da vida aos levianos. Agora, silêncio que tenho de ouvir Bocelli.