Carlos Cachoeira emparedou o candidato Iris Rezende de uma maneira definitiva
O empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, reagiu aos ataques do candidato do PMDB ao governo de Goiás, Iris Rezende, e, em artigo publicado na edição do jornal Diário da Manhã desta segunda-feira (18 de agosto), levantou acusações e suspeitas contra o peemedebista, a quem classificou de “pilantra ninja”. No artigo, intitulado “Os canalhas também envelhecem”, Cachoeira desafia Iris Rezende a interromper os ataques contra ele, sob pena de o empresário apresentar provas das acusações.
Há duas semanas, Iris passou a citar a Operação Monte Carlo na tentativa de atingir a campanha do governador Marconi Perillo (PSDB), que lidera as pesquisas com média de 12 pontos porcentuais à frente do peemedebista. A operação veio à tona em fevereiro de 2012 e revelou um esquema de contravenção liderado por Cachoeira, com participação da Delta Construções. Apesar das menções a auxiliares do governador à época, as investigações terminaram sem que nenhuma das acusações de participação de integrantes da administração estadual no esquema fosse provada.
No artigo, Carlos Cachoeira afirma que, durante sua campanha a governador em 1990, Iris Rezende recebeu dinheiro de empresários do jogo do bicho como à retribuição à promessa de que, eleito, legalizaria a atividade no Estado. Afirma ainda que, supostamente quando prefeito de Goiânia – ele não deixa clara a ocasião – Iris recebeu empresários da construtora Delta em sua fazenda em Mato Grosso para discutir “assuntos não republicanos”.
O empresário revela ainda, sem maiores referências, um almoço oferecido a ele por Iris na residência do então senador Maguito Vilela, atualmente prefeito de Aparecida de Goiânia, município da Região Metropolitana de Goiânia, do qual participaram “outros dois empresários”. Mais adiante, o empresário afirma que áreas públicas doadas pelo então governador Iris Rezende para entidades filantrópicas foram acabar, “estranhamente”, não mão de particulares.
“Iris, que por erros próprios, está se distanciando do primeiro colocado nas pesquisas, insiste no denuncismo e por onde passa declara algo sobre o ‘caso Cachoeira’. Promete que isso vai ser o mote principal de sua campanha e tem me utilizado vulgarmente para atingir o seu principal oponente”, afirma o empresário no artigo. “Desejo-lhe sorte, mas se esqueça de mim, senão da próxima vez que me pronunciar, já será com as provas do que vou aqui dizer”, ameaça Cachoeira.
Só o começo
O empresário diz que o artigo publicado no Diário da Manhã é apenas o princípio de uma cruzada para desmascarar Iris e que o peemedebista pode evitar a “metástase” caso resolva seguir suas recomendações e calar-se. “Se quer estancar a metástase, me esqueça. E peça aos que o seguem, especialmente os traidores e seus capangas, que tomem a mesma direção”, afirma. Cachoeira ironiza: “Iris, lembre-se do grande Chico Anísio, em vez de ficar saracoteando daqui pra acolá como o atleta coalhada, siga a ordem que o Nazareno dava pra sua mulher e fique: CA-LA-DO!”. “Vá cuidar de sua fortuna de mais de um bilhão de reais”, afirma.
Acerca do suposto acerto com bicheiros durante a campanha ao governo de Goiás em 1990, Cachoeira afirma: “Iris, quando era candidato a governador em 1990, participou de todas as solenidades de fim de ano da Look Loterias, empresa que gerenciava então toda a operação do jogo do bicho em Goiânia. Lá, em um ginásio de esportes, entregou brindes e prometeu, mas não cumpriu, doar casas para os cambistas presentes”. Segundo o empresário, “aos proprietários (Iris) encantou-os com a possibilidade de legalizar o jogo. Como retribuição teve farta contrapartida financeira”, disse.
O empresário expõe relações próximas entre Iris e a cúpula da Delta quando o peemedebista era prefeito de Goiânia, afirmando que “documentou” o encontro do candidato a governador com dirigentes da construtora. “Não se esqueça Iris do seu encontro com o mandachuva e mais diretores da Delta, em sua fazenda em Mato Grosso, em que o cardápio trazia pescaria e também outros assuntos não republicanos, tudo, como sempre acontece comigo, devidamente documentado”, afirma.
Carlos Cachoeira afirma no artigo que Iris o “obrigou” a reagir. “Mais recentemente apareceu a figura de um novo tipo de político, “o pilantra ninja”, aquele que faz tudo igual aos outros, e até pior, porém quer aparecer como uma vestal, um insigne, um imaculado”, diz. “Este político, Iris Rezende Machado, tantas fez que obrigou-me, neste instante, a sair do meu propósito, e à vir à tona para esclarecer, minimamente, quem ele é e porquê me ataca”, prossegue.
Mais adiante, o empresário diz estar “dentro da minha casa com minhas angústias, tormentos, esperanças e crenças”, mas que seu silêncio “não deve ser confundido com pusilanimidade”. “Para defender minha família e minha honra viro Lampião e só me calarei “quando a indesejada das gentes chegar”, conclui ele.
Íntegra do trecho do artigo em que Carlos Cachoeira reage às críticas de Iris:
“Mais recentemente apareceu a figura de um novo tipo de político, “o pilantra ninja”, aquele que faz tudo igual aos outros, e até pior, porém quer aparecer como uma vestal, um insigne, um imaculado. Este político, Iris Rezende Machado, tantas fez que obrigou-me, neste instante, a sair do meu propósito, e à vir à tona para esclarecer, minimamente, quem ele é e porquê me ataca.
Iris, que por erros próprios, está se distanciando do primeiro colocado nas pesquisas, insiste no denuncismo e por onde passa declara algo sobre o ‘caso Cachoeira’. Promete que isso vai ser o mote principal de sua campanha e tem me utilizado vulgarmente para atingir o seu principal oponente. Desejo-lhe sorte, mas se esqueça de mim, senão da próxima vez que me pronunciar, já será com as provas do que vou aqui dizer.
Iris, quando era candidato a governador em 1990, participou de todas as solenidades de fim de ano da Look Loterias, empresa que gerenciava então toda a operação do jogo do bicho em Goiânia. Lá, em um ginásio de esportes, entregou brindes e prometeu, mas não cumpriu, doar casas para os cambistas presentes. Aos proprietários encantou-os com a possibilidade de legalizar o jogo. Como restribuição teve farta contrapartida financeira.
Quando se tornou senador da República, chegou a oferecer-me um almoço na residência do à época também senador, Maguito Vilela, juntamente com outros dois empresários. Não se esqueça Iris do seu encontro com o mandachuva e mais diretores da Delta, em sua fazenda em Mato Grosso, em que o cardápio trazia pescaria e também outros assuntos não republicanos, tudo, como sempre acontece comigo, devidamente documentado.
Se quer estancar a metástase, me esqueça. E peça aos que o seguem, especialmente os traidores e seus capangas, que tomem a mesma direção. Não quero ter de voltar aqui para dispensar aos outros a mesma posologia que fui obrigado a lhe conferir. Lembre a eles dos favores prestados a seus amigos vagabundos e, a sempre presente, despesa de campanha. Vá cuidar de sua fortuna de mais de um bilhão de reais e sobrevoe, nas asas de seu avião King Air, áreas públicas distribuídas a associações filantrópicas e que, estranhamente, foram parar nas mãos de particulares.
Repito, estou dentro da minha casa com minhas angústias, tormentos, esperanças e crenças. Mas o meu silêncio não deve ser confundido com pusilanimidade. Para defender minha família e minha honra viro Lampião e só me calarei “quando a indesejada das gentes chegar”.
Iris, lembre-se do grande Chico Anísio, em vez de ficar saracoteando daqui pra acolá como o atleta coalhada, siga a ordem que o Nazareno dava pra sua mulher e fique: CA-LA-DO!
A velhice não é defeito para ninguém, ao contrário, a decadência física deve se alinhar à pujança intelectual. Churchill morreu com mais de 90 anos, respeitabilíssimo, referência para a humanidade. O que quer o eleitor não é você sacudindo suas pelancas, colocando em dificuldade seu personal trainer e gastando dinheiro a mais com cardiologista. Faça uma corrida mental, se supere, vá adiante, leia, pesquisa, apresente propostas. Se reinvente. Sempre penso nos velhinhos com aquele ar de bondade, com dificuldades como o Mister Magoo, bons conselheiros. Mas de você eu só consigo me lembrar que os canalhas também envelhecem”.
Artigo “Os Canalhas também envelhecem”, de autoria de Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlos Cachoeira, publicado na edição desta segunda-feira do jornal Diário da Manhã, página 9.