Tatame - Wanderlei Silva pode não entrar mais no octógono, porém, segue sendo uma voz forte no esporte. Além das constantes trocas de farpas com o presidente do Ultimate, Dana White, o “Cachorro Louco” agora mirou sua raiva na Comissão Atlética de Nevada e questionou os critérios utilizados para a punição dos atletas. O brasileiro também explicou quando “rachou” com a organização e cobrou mais voz dos lutadores para que não sejam mais explorados.
“Tudo o que o presidente dessa organização fala é o que a Comissãodecide. Isso tudo é muito estranho. Eu soube que o Fertitta já foi presidente da Comissão… Quem nomeia? Quem paga? De onde vem o dinheiro deles? Como um atleta é pego um mês antes da luta e pode lutar? E se fosse um atleta desconhecido ou novo, você acha que ele iria lutar?”, questionou Wanderlei em entrevista ao MMA Fighting.
Aos 38 anos, Wanderlei afirmou que cobra mais igualdade do Ultimatee por isso segue defendendo os atletas.
“O problema é que deixaram o cara anabolizado lutar contra um que não estava. Você precisa estar limpo no dia da luta. Isso não aconteceu e ele lutou assim mesmo. Isso não é um esporte, está sendo um circo, está sendo armado. Não há a mesma punição para todos os atletas. A gente quer igualdade, que eles sigam um protocolo. Tem que pegar o cara do main event e o do card preliminar”, completou.
Rompimento com o Ultimate
O ex-lutador também explicou os motivos para o seu rompimento com oUltimate e criticou as atitudes de Dana White na hora das negociações.
“Eu sempre fui um soldado, vesti a camisa do evento, com toda a minha força e lutei da melhor maneira que eu pude. Sempre cumpri o tratado, mas ele não cumpriu comigo. O ponto chave foi que eu não recebi nada pelo jogo de videogame. Eu acabei de jogar videogame e está lá o meu boneco, mas eu não recebi nada e eles ganharam 300 milhões. Ele (Dana) é um cara esperto, ele sempre paga menos do que a pessoa vale”, afirmou.
Para justificar porque segue brigando com o Ultimate, Wanderleilembrou que o que está fazendo não é para o benefício próprio, mas sim dos atletas mais jovens e desconhecidos.
“Estou lutando pelos caras novos. Eles não podem fazer o pé de meia, eu não vou lutar mais, poderia sentar no sofá e não me importar com eles, mas estou vendo uma grande injustiça com os atletas. Tanto da parte financeira como explorar uma classe que não tinha uma voz. Estou brigando, não tenho medo dele e nem da organização. Se ele fosse um cara esperto, me chamaria para conversar, tenho certeza que o evento seria melhor se os atletas recebessem mais”, disseWanderlei, que ainda completou.
“É uma vergonha a organização ganhar 300 milhões de dólares com o jogo de videogame e os atletas 4 ou 5 mil. A classe já tinha que ter batido o pé quando tiraram o patrocinador, mas não tinha voz. A organização viu que não aconteceu nada, tiraram todos os patrocínios e colocaram os próprios patrocinadores. E os outros que mantinham os atletas? Quem vai pagar isso para eles? Eu não vi ninguém receber nada. Se a gente não tiver uma voz para mostrar que somos nós que fazemos o show, vamos ser cada vez mais explorados”, concluiu.