28/02/2024

Churchill, o caráter forjado na derrota. Leia agora o artigo de Demóstenes Torres!


 

Ex-premiê e escritor britânico foi escudo de algo intocável, os valores construídos ao longo das gerações.

Gerações são uma forma de contar as épocas. O mais corriqueiro é que tenham 25 anos cada. O britânico Winston Churchill precisou de apenas uma para ir de fracassado a farol do mundo livre.

Em 1915, foi derrotado por Kemal Atatürk na península de Galípoli, durante a luta pelo domínio do estreito de Dardanelos, essencial na conquista de Istambul. As tropas formadas por ingleses, neozelandeses, australianos e franceses, comandadas por Churchill, foram dizimadas. Animado com a vitória sobre os 4 países, Atatürk fundaria a Turquia 8 anos depois, em 1923. Desanimado, Churchill foi demitido por incompetência e até hoje, todos os anos, Nova Zelândia e Austrália choram o 25 de Abril em que seus antepassados tombaram.

Em 1940, a Inglaterra escolheu, dentre os diversos lembrados para o posto, Winston Churchill para primeiro-ministro, depois de passar a década em baixa total.

Empregam-se enorme esforço intelectual, enciclopédias e capacidade de armazenamento em computador tentando entender esse fenômeno. Fracassado, azarado, teimoso, rabugento, intratável e beberrão. E chegou ao topo. Seu diferencial sempre foi a obstinada defesa dos valores ocidentais. As liberdades econômica, religiosa e de expressão. As artes, a cultura, o pensamento, a divergência. O modo de vida e a vida ao modo que se escolher.

John Lukacs e Robert Rhodes James concordam: “A carreira de Churchill foi marcada por muitos fracassos –até setembro de 1939 e de muitas maneiras mesmo depois disso”. Neles, foi forjada sua têmpera. A sucessão de erros que provocavam as tragédias servia de aula para Churchill. Retroceder jamais? Às vezes, é necessário.

“Para a história, basta”, diria num dos livros que lhe deram o Prêmio Nobel de Literatura de 1953 –mereceu o da Paz–, charuto na boca (teria fumado 190 mil, segundo seu biógrafo Andrews Robert) e copo cheio à mão (“incalculáveis garrafas de bom champanhe e excelentes conhaque e uísque”, contabiliza John Lukacs). O que o equipara a alguns colegas de Nobel é a qualidade dos discursos.

Ao ser nomeado primeiro-ministro com Hitler nos calcanhares dos ingleses, Churchill teve medo e chorou. Chorou nos dias seguintes. Na estreia do cargo na Câmara dos Comuns, disse que não havia nada a oferecer “senão sangue, trabalho, lágrimas e suor”. Líquidos derramados a inundar os campos da Europa. Cioso de direitos autorais, pôs aspas na frase por lembrar uma de Giuseppe Garibaldi, que lutou no Brasil e se casou com a catarinense Anita: “Não ofereço nem paga, nem alojamento, nem provisões. Ofereço fome, sede, marchas forçadas, batalhas e morte”.

Errou avaliações, como a de que a França, fruto de sua adoração, resistiria a Hitler. Capitulou rapidinho. Porém, quanto a ele, acertou todas. Gastou os anos 1930 igual a disco furado, repetindo que a Alemanha era ameaça à Terra. Repercussão zero na Europa de moucos. Seu prestígio foi à lona na proporção inversa à que crescia o poder do Führer. Quando suas previsões se confirmaram e assumiu o governo, em vez de pisar nos adversários, chamou todos para a administração.

Churchill relevou, por exemplo, o que seu antecessor Neville Chamberlain aprontou “para frustrar e reduzir” sua carreira, “inclusive, às vezes, mandando grampear seu telefone particular”. A roda do destino girou, o humilhado ficou por cima e seu 1º gesto foi deixá-lo morando no famoso nº 10 da avenida Downing, o endereço reservado ao primeiro-ministro do Reino Unido. A gentileza com a família Chamberlain foi tamanha que Neville passou a apoiá-lo internamente no partido e no Parlamento.

Lukacs narra a reunião do gabinete de guerra para discutir como salvar as tropas sitiadas por Hitler em Dunkirk, na França. A estratégia de Churchill, contar com o auxílio da população, estava sendo bombardeada pelos componentes do grupo e foram ouvir Chamberlain. Grato pela generosidade do sucessor, Neville o apoiou. Essa atitude salvou 300 mil aliados na mais bem-sucedida retirada de que se tem notícia.

Adolf Hitler e Churchill nunca se encontraram. Tinham em comum o gosto por pintar, nada mais. Mas o austríaco revelava melhor desempenho em público, apesar de usarem vocabulário idêntico. Oratória, a arte de falar bem cumulada com efeito cênico, era o território de Hitler ao mobilizar multidões. Retórica, a eloquência com conteúdo, o terreno de Churchill, que encontrava dificuldade em plateias. Seus aliados, incluindo colegas de partido, achavam que estivesse bêbado em pronunciamentos atualmente ouvidos como impecáveis.

Churchill nasceu há exatamente 150 anos. Nesse século e meio, o mundo testemunhou raros líderes de seu nível. Declara, em sua biografia, quanto amava a mãe, Jennie, bela e bilionária nova-iorquina do Bronx. O pai, Randolph, foi político, todavia o filho se agigantou em relação a sua figura. O menino Winston, pouquíssimo afagado pelo casal, seguiu sem traumas. É, portanto, um modelo.

Perdeu sem se render, ganhou sem pisotear os vencidos. Seus discursos mais famosos, principalmente os de 1940, são até hoje citados e recitados em dezenas de idiomas. Com sua generosidade, mesmo envolta pela carranca, ajudou o planeta a se livrar do maior monstro que a humanidade já criou e cujo alcance de crueldade foi dos poucos a antever. Está na Bíblia, em Mateus, que o mal é o que sai da boca do homem e o contamina. Com Churchill ocorreu o contrário, o bem estava em suas palavras, contaminou os combatentes e, ainda agora, o restante do planeta.

O que dizia formava consciência. A civilização lastimava o retrocesso dos mecanismos de negociação. Ao final, houve o triunfo das armas norte-americanas e do contingente soviético, por isso Joseph Stalin e Harry Truman, substituto do então recém-falecido Franklin Delano Roosevelt, dividiram a Europa e ficaram com a oriental e a ocidental, respectivamente. No entanto, para toda a humanidade, o grande vencedor foi Churchill, por ser o escudo de algo intocável, os valores construídos ao longo das gerações, principalmente para proteger as próximas.

27/02/2024

Empresas de materiais elétricos são investigadas por sonegação tributária milionária em Goiás


 Foi deflagrada na manhã de hoje (27/2), a Operação Lumiére, a maior operação já realizada entre a Secretaria da Economia, por meio do Fisco Estadual, e a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária – DOT, com a participação de mais de 30 auditores-fiscais, totalizando em torno de 50 servidores da Secretaria da Economia, entre Fisco e equipe de apoio, e mais de 200 policiais civis.

A fraude, inicialmente, foi detectada pela Gerência de Inteligência Fiscal, ao longo de mais de quatro meses de investigações. Os trabalhos apontam para a existência de um grupo empresarial, do ramo de produtos elétricos, que comercializa quase que a totalidade de suas mercadorias com o setor público, por meio de licitações.

O grupo empresarial utiliza-se de “laranjas” para ocultação dos reais proprietários e do patrimônio, ao passo que sonega impostos em suas operações de vendas de produtos elétricos.

Na operação foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, 07 mandados de prisão temporária e efetuado bloqueio judicial de bens e valores até o montante de R$ 115 milhões. Entretanto, o valor sonegado pode chegar a mais de R$ 250 milhões.

 

26/02/2024

IBGE aponta Goiânia como cidade com maior acesso à coleta de lixo do Centro-Oeste


 

Serviço alcança 99,8% dos moradores em mais 547 mil domicílios

Os serviços de coleta de lixo orgânico executados pela Prefeitura de Goiânia, por meio da Companhia de Urbanização (Comurg), alcançam 99,8% dos moradores da cidade, segundo dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados nesta sexta-feira (23/2).

Dentre as cidades do Centro-Oeste, o serviço é o que mais atende a população. A classificação superou Brasília, com 98,8%, e outras cidades como Campo Grande, com 99,2%, e Cuiabá, com 97,7%.

O presidente da Companhia, Alisson Borges, destacou que segue trabalhando para melhorar ainda mais esse serviço em Goiânia e para corrigir as falhas pontuais. “Por meio de uma coleta orgânica eficaz e a participação da população fazendo o armazenamento adequado, alcançamos uma cidade mais limpa e ampliamos o índice de reciclagem, tornando nossa cidade cada vez mais sustentável”, falou.

São mais de 547.858 domicílios e mais de um milhão e 400 mil moradores beneficiados com os caminhões da Comurg passando na porta de casa. Em toda cidade, são 98 rotas de coleta, divididas em circuitos. O volume médio de recolhimento é de 36 mil toneladas de lixo urbano residencial por mês.

Vale ressaltar que em determinados bairros, nos quais a geração de lixo doméstico é maior por causa do adensamento, a coleta é diária. Nos bairros onde a geração de resíduos é menor, os caminhões passam em dias alternados.

O morador pode consultar os dias e horários em que a coleta orgânica passa em seu bairro no site da Prefeitura de Goiânia (goiania.go.gov.br/comurg) ou no Instagram da Comurg (@comurggoiania). Os canais disponíveis para tirar dúvidas sobre o serviço são o WhatsApp (62) 9 9855-8555 ou o teleatendimento 24 horas, pelo telefone (62) 3524-8555.


25/02/2024

Delcidio Amaral será candidato Prefeito de Corumbá-MS


 O ex-senador e ex-ministro Delcidio Amaral será candidato em sua Corumbá nas eleições desse ano. Ao percorrer ruas da cidade, Delcidio avaliou que sua popularidade continua em alta na cidade. Quando estava no mandato, Delcidio foi o parlamentar que mais recursos enviou para obras importantes na cidade. Inocentado das acusações que tiraram seu mandato no Senado Federal, Delcidio está revigorado para seu retorno no contexto eleitoral nacional.

” Fui vítima de uma armação que ceifou meu mandato. A justiça se fez e estou de volta. Sempre trabalhei em favor do Brasil, do meu estado e Corumbá. Vejo minha cidade totalmente esquecida. Como Prefeito, farei uma transformação na maneira de administrar. É uma cidade rica e deixada de lado pela classe política. Com o meu conhecimento de mundo, Corumbá será transformada num modelo nacional. Ela merece isso.” Disse o ex – senador com exclusividade para o Brasil Urgente.

24/02/2024

Lula diz que corrupção na Petrobras era tudo calúnia


 Lula afirmou na sexta-feira à noite que calúnias foram inventadas sobre a Petrobras nos últimos anos. Durante o lançamento da nova seleção cultural da estatal, no valor de R$ 250 milhões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o país resistiu às tentativas de prejudicar a companhia.

“Houve recentemente outra tentativa de prejudicar a nossa Petrobras. Foram inventadas cerca de 100 calúnias sobre a Petrobras. Eu vi o orgulho dos funcionários vestindo a camisa cor de abóbora, que durante muito tempo foram ofendidos por usá-la nas ruas do Rio de Janeiro, pois ser da Petrobras significava ser associado à corrupção e má gestão do patrimônio”, afirmou.

Lula reiterou suas críticas às investigações de corrupção na petroleira realizadas na operação Lava Jato, enfatizando que o povo resistiu e a empresa sobreviveu. Ele afirmou que o investimento em cultura é uma contrapartida necessária da Petrobras para o povo “que tanto lutou por ela”, mencionando as tentativas de privatização da empresa.

“A cultura é parte dos interesses de uma empresa nacional, que tantas vezes tentaram privatizar e, quando conseguiram, decidiram fatiar e vender partes da Petrobras, como fizeram com tantas outras empresas. Mas mais uma vez, resistimos”, disse.

O presidente também destacou a importância da Petrobras investir em questões que interessem ao povo. “A cultura pode não interessar a um ditador. A cultura pode não interessar a um negacionista. Mas a cultura simplesmente interessa ao povo, assim como um prato de comida”, afirmou durante o evento, realizado no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio.

A própria Petrobras já admitiu em seu balanço que levou um prejuízo de R$ 6,4 bilhões por causa da corrupção desvendada pela Lava Jato. Mas o valor é bem diferente do apontado em laudo da Polícia Federal, realizado em setembro de 2016. Segundo os peritos, o prejuízo pode chegar a R$ 42 bilhões.

Seis empreiteiras investigadas na Lava Jato são responsáveis por R$ 20 bilhões do prejuízo estimado pela PF. A empreiteira que mais teria dado prejuízo à Petrobras é a Odebrecht (R$ 7,1 bilhões), seguida pela Queiroz Galvão (R$ 4 bilhões), Camargo Correa (R$ 3,9 bilhões), UTC (R$ 2,2 bilhões), Andrade Gutierrez (R$ 1,4 bilhão) e OAS (R$ 1,2 bilhão). O laudo da PF analisou os contratos da Petrobras com empresas cartelizadas entre 2004 e 2014.

Fonte: Poder 360

23/02/2024

Caiado defende integração nacional das forças de segurança


 A integração nacional cada vez maior das forças de segurança para o combate efetivo da criminalidade foi um dos temas defendidos pelo governador Ronaldo Caiado, nesta quinta-feira (22/02), durante a abertura do 1º Encontro dos Presidentes de Entidades de Oficiais Militares do Centro-Oeste, no Hotel K, em Goiânia.

“Não podemos fragmentar. A ação tem de ser nacional, com capilaridade em todo o território brasileiro”, argumentou Caiado.

O governador mencionou pesquisa recente que mostra a violência como fator que mais preocupa os brasileiros. Ele destacou o êxito que Goiás vem colhendo na área de Segurança Pública, a partir da maior integração do trabalho das polícias.

INTEGRAÇÃO NACIONAL

Para Caiado, a queda expressiva dos principais indicadores de criminalidade comprova que a colaboração entre as forças policiais dá resultado. “Não tem vaidade de uma em detrimento a outra. Aqui essa integração foi um dos fatores preponderantes para atingirmos o nosso nível atual de segurança”, reforçou.

“Não existe, na Constituição Brasileira, espaço para outro tipo de Estado: o estado do crime, da facção, da milícia… não existe. Nós temos de ter coragem e não nos acovardarmos nessa discussão no cenário nacional”, continuou o governador ao mencionar que o controle da segurança pública traz, além de bem-estar à população, desenvolvimento econômico. “Não existe Estado Democrático de Direito sem segurança pública. É o primeiro mandamento que todos deveriam entender em qualquer lugar do País”, concluiu.

Ainda durante a abertura do evento nesta quinta-feira, Caiado recebeu a comenda Coronel PM Lindolfo Emiliano dos Passos, a mais alta honraria conferida pela Associação dos Oficiais da Polícia e do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (Assof-GO) a autoridades civis ou militares que prestam relevantes serviços aos oficiais militares goianos.

ENCONTRO

O 1º Encontro dos Presidentes de Entidades de Oficiais Militares do Centro-Oeste segue até sexta-feira (23/02), com participação de 500 oficiais e representantes da área de Segurança Pública de todo o País.

Presidente da Assof-GO, o coronel Allan Pereira Cardoso definiu Caiado como “defensor das forças de segurança pública que se tornaram referência nacional”. Ele afirmou que o objetivo do evento é promover um alto nível de debate, além da troca de conhecimento.

“Os gestores sairão daqui melhor qualificados, e o resultado disso será visto lá na ponta”, declarou o anfitrião do encontro. Ao final da programação, quatro cartas de intenções serão elaboradas para serem entregues aos governadores de Estados da região Centro-Oeste.

O 1º Encontro dos Presidentes de Entidades de Oficiais Militares do Centro-Oeste é organizado pela Associação dos Oficiais da Polícia e do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (Assof-GO), com apoio da Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais e participação da Polícia Militar de Goiás e do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás.

21/02/2024

Anitta, a morte do samba e os cérebros em fuga. Leia agora o artigo de Demóstenes Torres!


 

Só resta concluir que o mar de digitais influencers, de fato, influenciou a onda dos sambistas rumo a alguma fossa séptica oceânica

Pouco tempo atrás, a grande notícia do Carnaval era a nudez. Muito tempo atrás, o assunto se resumia à qualidade dos sambas, à beleza das escolas em desfile, ao gingado dos passistas, à chave da cidade com Rei Momo e à animação em blocos, bailes e matinês. Neste ano, por falta de samba, foi a discussão entre as cantoras Ivete Sangalo e Baby do Brasil, que anunciou a chegada do apocalipse e o arrebatamento “entre 5 e 10 anos”.

 

Diante do nível da festa, fica difícil duvidar da pastora, ex de Pepeu Gomes e de Casagrande, o que não é pouca coisa para uma existência de 71 anos.

Não se sabe o que Baby tinha na cabeça ao fustigar Ivete, principalmente depois de ter sido levada por extraterrestres em 1999. O certo é que os alienígenas lhe fizeram um bem danado antecipando o fim do mundo, pois se morassem na Terra tratariam desse tema no pretérito. O mundo já acabou, nós é que não queremos perceber ou você aí bebeu pouco.

Eterno, o trio Edson Conceição e Aloísio Araújo (escrevendo) e Alcione (cantando) roga que impeçamos a morte do samba, pois dele era feito o morro. Pelo menos durante o Carnaval, não foram obedecidos. E o morrão, não é segredo, foi feito de funk, hip hop e segue o beat.

No antigamente denominado tríduo momesco, admiravam-se as lindas fantasias, as escolas deslumbrantes, as letras maravilhosas dos sambas-enredos e as musas, o que levou o agora rei Charles a se render aos encantos de Pinah. Outros ritmos tomaram conta dos espaços, alguns lotados de pornografias e apologia ao crime. Topless foi escândalo; nudez total, idem. Agora, exibir corpo às 2 da tarde ao vivo não choca nem os conservadores.

A audiência dos desfiles de Carnaval vem caindo e a transmissão na TV aberta está assombrosa. Ninguém liga mais nem para a profusão do que antes era de deixar vermelha até cara sem vergonha. A vencedora no Rio neste ano, a Viradouro, foi denunciada porque uma de suas integrantes dançou com os mamilos à mostra (seios estão liberados, menos os mamilos). Quem taí pra isso? A comissão da liga que organiza o Carnaval sentenciou ao lado de Dona Ivone Lara: o samba não pode parar.

Tudo bem, sou sessentão saudosista e, junto com Paulinho da Viola, “há muito tempo escuto esse papo furado dizendo que o samba acabou”. Ainda não é a Missa de 7º Dia, mas precisa de reza brava em prol da festa original. Fica difícil discernir se os vídeos à disposição no YouTube são esquetes esculhambando os blocos ou se são realmente… os blocos.

É arrastão. É violência contra a mulher. É briga generalizada. É uma Ivete para cada 50.000 Babys e um trio-elétrico para cada frota de ovnis.

Vila Isabel reapresentou samba de Martinho da Vila de 1993 e centenas de outros compositores vieram a público nas competições paulistas e cariocas. E nada. Caricatura sem graça de uma época politicamente correta e sabidamente errada. Nenhuma frase à altura sequer do próprio Martinho, o inigualável de Vila Isabel. Nem em loas à própria Alcione, homenageada pela Mangueira.

As poesias eram de tal relevância que com “Aquarela brasileira”, versos de Silas de Oliveira, a escola Império Serrano pegou o 4º lugar em 1964. Com esses aí de 6 décadas depois, teria sido rebaixada a cordão dos puxa-sacos na Baixa da Égua e motivado o golpe militar no mês seguinte.

Paulinho da Viola diz que “samba é alegria” e quem alegrou a galera foi uma moça negra, de comunidade do Rio de Janeiro, com gingado, suor e ouriço, como se dizia. Ela mesma, Anitta. Dela tudo se diz o tempo todo. Durante o Carnaval, inclusive. Seu bloco arrastou de uma vez, segundo a RioTur, 800 mil foliões indo até o chão no Movimento dos Sem-Samba. Se a TV não transmitir, terá um traço. Se Cartola visse, teria um troço. Se Madame Satã visse, teria troco. O que Anitta diz? Sabe-se lá. Qual o ritmo? Ninguém está interessado nisso.

Em Olinda-Recife e Salvador, nos bailes de clubes, nas ruas, a mesma massa encefálica balançando no vácuo da caixa craniana. Aquilo ali não é drone filmando o beijaço das celebridades, são os cérebros em fuga. Só resta concluir que o mar de digitais influencers, de fato, influenciou a onda dos sambistas rumo a alguma fossa séptil oceânica.

O principal sucesso de Anitta no Carnaval evoca Baby, pois promete levar o eu-lírico para “outro planeta”, já que:

“É no baile de rua que ela se acaba,

Ela fica maluca, toda assanhada”.

Eu-lírico, tu delírico e afasta os livros que eu quero passar.

 

 

Ivete respondeu a Baby com seu hit “Macetando”, acompanhada de Ludmilla:

“Tão iludindo a cidade

Elas não são brincadeira

Todas carinha de baby

Mas gostam da bagaceira”.

 

 

As “poderosas viciadas em problemas” permanecem distantes dos protagonistas de Sampa e Rio nos carnavais históricos. Seria bom se significasse algo. Nem o samba morreu, nem foi atravessado pelo trio elétrico Lud/Ivete/Anitta, nem haverá arrebatamento daqui a 5 anos (até Baby, que foi abduzida, devolveram).

É o que há para o momento. Quem é do samba não sai. Quem é bamba não trai. O pessoal que se diverte nos blocos e nos desfiles das escolas vai pelo som, sem se importar com qual, com qual idade, com qualidade.

A dedicação às escolas, não só às do eixo Sudeste–Nordeste, se comunica de pai para filho. É uma herança como o idioma. Ninguém tira. Os abnegados das comunidades vão continuar dedicando o ano a fazer a roupa de passista. Ninguém abandona. Jovens vão manter o sonho de ser mestres-salas e porta-bandeiras, destaques, integrantes da bateria, turma da composição. Não é o samba ou o funk. Os 2 são do morro. Deixa a Anitta. Deixa a Ivete. Deixa a Lud. Deixa a Baby, mesmo surtada. Para elas, e geral que gosta da bagaceira, tudo se acaba não daqui a 5 anos, mas na 4ª feira. Para quem é do samba, são 365 dias de bamba –366 neste ano.

20/02/2024

Goiânia aplica redação diagnóstica para 55 mil estudantes do Ensino Fundamental nesta terça-feira (20/2)


 

Projeto “Produção de Texto em Rede” visa acompanhar as aprendizagens de escrita e leitura dos estudantes matriculados no Ensino Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Cerca de 55 mil estudantes das escolas municipais de Goiânia realizam, nesta terça-feira (20/2), durante o horário de aula, redação diagnóstica do Projeto “Produção de Texto em Rede”. A ação inédita da Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), tem o objetivo de acompanhar as aprendizagens de escrita e leitura dos estudantes matriculados no Ensino Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O objetivo da ação é possibilitar que os estudantes produzam textos coerentes, coesos e bem elaborados com diferentes temas e gêneros textuais, expressando-se de forma crítica, autônoma e criativa. Durante os três turnos, estudantes do Ensino Fundamental de 3° ao 9° ano e da EJA de 2° período ao 6° período realizam a produção dos textos. As produções serão analisadas e corrigidas por uma equipe de professores corretores da rede, de língua portuguesa e pedagogia. Serão quatro produções oficiais ao longo do ano, uma por bimestre.

De acordo com o superintendente pedagógico da SME, Marcelo Ferreira, o projeto será realizado em colaboração com professores e gestores das unidades educacionais. “Os dados sistematizados após a correção possibilitarão propor intervenções de maneira a atender as necessidades de aprendizagens dos estudantes em relação à prática da escrita”, destaca.