Governador Marconi também acertou com a presidente Dilma a extensão do BRT do DF até a cidade goiana de Luziânia
O governador Marconi Perillo pediu hoje (23) à presidenta Dilma Roussef a liberação de R$ 1,9 bilhão para a Companhia Energética de Goiás (Celg). Os recursos, repassados pela Eletrobras, serão usados na reestruturação da empresa.”Ela deu o comando para esse aporte seja liberado, mas isso certamente depende das nossas negociações, do governo e da Eletrobras,” disse o vice-presidente da companhia, Elie Chidiac após a reunião com a presidenta.
Com sérios problemas financeiros, a empresa, mantida pelo governo de Goiás, passa por um processo de federalização desde 2012. De acordo com Chidiac, este ano, o governo estadual obteve empréstimo de R$ 3,5 bilhões do Tesouro Nacional para reestruturar a empresa, sanando dívidas e viabilizando a liberação do reajuste de tarifas.
Chidiac disse que, com a edição da Medida Provisória (MP) 579/2012, que reduziu, no ano passado, as tarifas de energia e prorrogou as concessões para as empresas que aplicassem a redução, o processo foi prejudicado. A maior parte das concessões do setor, entre elas a da Celg, vence no ano que vem. “Goiás está federalizando sua empresa, e estamos chegando a um consenso sobre o preço dela. Além disso, o governo estadual injetou R$ 3,5 bilhões para reestruturar a empresa e agora está precisando de R$ 1,9 bilhão do Tesouro para continuar o processo,” acrescentou.
O acordo alinhavado com o Ministério de Minas e Energia prevê que 51% das ações da Celg passem para a Eletrobras e 49% permaneçam com o estado. Desde 2012, a Eletrobras vem comandando a Celg. A federalização deveria ter sido concluída no ano passado, mas divergências sobre o valor da companhia atrasaram o processo.
Um laudo contratado pelo governo estadual e feito pela Universidade de Goiás avaliou a companhia em R$ 6,5 bilhões. Outro, contratado pela Eletrobras, estimou o valor em R$ 400 milhões. A divergência reside no fato de que a empresa entende que têm de ser contabilizados os possíveis lucros com a prorrogação da concessão.
Chidiac informou que amanhã (24) haverá uma reunião na sede da Eletrobras, no Rio de Janeiro, para “aparar as arestas”. O assunto será tratado entre equipes da Celg, do governo estadual e da Eletrobras, que vão buscar “uma convergência” em torno do preço da empresa. “Assim, certamente, o Tesouro liberará o aporte”, disse o presidente da Celg.
Os ministérios públicos Estadual e Federal recomendaram que o fechamento da operação levasse em conta a eventual prorrogação da concessão. Também participaram da reunião com a presidenta Dilma Rousseff o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, e o secretário executivo da pasta, Márcio Zimmermann.
BRT ATÉ LUZIÂNIA
Além de assuntos relacionados à Celg D, o governador Marconi Perillo,durante audiência nesta quarta-feira (23), com a presidente Dilma Rousseff,tratou da extensão do BRT do Entorno Sul de Brasília que ligará a cidade deLuziânia até a divisa de Goiás com o Distrito Federal.
Em ofício encaminhado à presidência da República, Marconi Perillo solicita ao Governo Federal que libere para o Estado, recursos na ordem de R$ 901 milhões, provenientes do Orçamento Geral da União, para Apoio a Sistemas de Transporte Público Coletivo Urbano do Programa de Mobilidade Urbana e Trânsito do Ministério das Cidades, para a execução das obras de extensão do corredor de transporte BRT entre Santa Maria, no DF, a Luziânia, em Goiás.
Dados da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste – SUDECO – sugerem que aproximadamente 600 mil pessoas fazem todo dia o trajeto entre as cidades do Entorno até Brasília, a maior parte delas oriunda do Entorno Sul. A população destes quatro municípios é, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, de cerca de 450 mil habitantes que, segundo o governador, “atualmente se encontram excluídas de qualquer projeto de melhorias do transporte na região do Distrito Federal”.
Para justificar a urgência de se estender o BRT até Luziânia, o governador argumentou com a presidente Dilma Rousseff que o sistema encontra-se em acelerada degradação, com elevados índices de quebra de veículos, falta de confiabilidade e regularidade na operação, além de baixa velocidade operacional devido ao tráfego compartilhado com o transporte individual.
“O problema é agravado pela falta de infraestrutura de corredores, faixas exclusivas e preferenciais, bem como equipamentos inteligentes de controle de tráfego, o que gera uma má qualidade na prestação de serviços aos usuários”, completou o governador.
Fonte: Agência Brasil
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