Dois homens foram presos durante o protesto contra o aumento da passagem de ônibus, realizado na tarde de sexta-feira (20), em Goiânia. De acordo com a Polícia Militar, os suspeitos foram flagrados durante atos de vandalismo e foram levados para o 1º Distrito Policial, onde foram autuados por dano qualificado. O delegado Ranor de Araújo estipulou uma fiança de R$ 3 mil para cada um e, em seguida, eles foram levados para a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), onde permanecem na manhã deste sábado (21).
A manifestação começou na Praça Universitária, por volta das 17h, passou em frente ao prédio da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), que fica na1ª Avenida, e seguiu pela Avenida Anhanguera até o terminal da Praça da Bíblia.Segundo a PM, cerca de 300 pessoas participaram do ato.
Para evitar atos de vandalismos e garantir a segurança dos usuários do transporte coletivo, o terminal foi fechado e os passageiros que estavam no local tiveram que descer dos ônibus e seguir a viagem a pé. Segundo a PM, alguns dos manifestantes atiraram pedras contra os agentes, que reagiram jogando bombas de gás lacrimogêneo no grupo.
Além disso, algumas pessoas quebraram placas de sinalização e radares eletrônicos ao longo da Avenida Universitária e também depredaram uma agência do Banco do Brasil, que fica na 5ª Avenida. Também foi registrado um ataque a um carro de uma emissora de TV, que foi tombado e teve os vidros quebrados.
Aumento
A passagem do transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia passou de R$ 2,80 para R$ 3,30 na última segunda-feira (16). De acordo com a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), o reajuste de R$ 0,50 foi definido após um estudo tarifário, ratificado pela Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR).
De acordo com a CMTC, a medida foi necessária depois que o governo estadual não cumpriu um acordo, firmado em abril do ano passado, para arcar com metade dos custos das passagens gratuitas, que chegam a R$ 9 milhões mensais.
Além do governo, que arcaria com os custos de 50% das gratuidades, as prefeituras que compõem o sistema pagariam o restante. No entanto, as administrações alegam que não têm condições e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), diz que só pagará a parte que lhe cabe – R$ 4,5 milhões – se as prefeituras fizerem o mesmo.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) analisa o caso e informou que estuda requisitar o cancelamento das passagens gratuitas. A promotora de JustiçaLeila Maria de Oliveira afirma que ainda está tentando um acordo entre o governo doEstado e as prefeituras, mas que pode tomar a atitude caso a situação não se resolva.
Entretanto, a presidente da companhia, Patrícia Veras, afirmou que a tarifa ainda pode ser revisada. Segundo ela, para isso, é necessário que haja o custeio das passagens gratuitas. “Se tivermos esse aporte dos recursos, poderemos fazer essa revisão da tarifa para baixo”, disse.
Protestos
No ano passado, após o reajuste de R$ 0,10 na tarifa dos ônibus, uma série de protestos foram realizados em Goiânia. Em um deles, no dia 8 de maio, manifestantes reclamaram do aumento e das más condições do transporte. Revoltados, atearam fogo a um coletivo.
Na ocasião, um grupo de cerca de 30 pessoas, encapuzadas, abordaram o veículo, obrigaram o motorista e os passageiros a descerem, e incendiaram o ônibus. A Polícia Militar foi acionada e dispersou o grupo. Ninguém chegou a ser preso.
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