Thalita Aquino – “Em dado momento, ouviu-se vários disparos, possivelmente de arma de fogo, efetuados por pessoas que se encontravam em tal acampamento, dentro da fazenda de Genil (da Mata Cruz). Aparentemente, alguns tiros alvejaram o avião que Genil pilotava, o que pode ter causado uma explosão ou algo que possa ter providenciado a queda do avião que ficou em chamas”, foi publicado noFacebook oficial do político.
O porta-voz do Movimento dos Sem-Terra (MST) em Minas Gerais, contudo, apresentou outra versão sobre o caso. Conforme Sílvio Neto, o prefeito realizava manobras perigosas para aterrorizar as aproximadamente 300 famílias que ocupam o local. Além disso, segundo ele, Genil arremessava bombas em cima do acampamento.
Para o integrante do MST, duas causas podem ter provocado a queda da aeronave: falha humana em decorrência das manobras ou a explosão das bombas que eram transportadas no avião.
Além de prefeito, Genil era presidente da Associação dos Municípios do Leste Mineiro (Assoleste).
Tragédia
Após a queda, a aeronave ficou em chamas e os dois ocupantes morreram carbonizados. A Polícia Militar (PM) de Conselheiro Pena confirmou que dois tripulantes morreram na tragédia. Entretanto, como os corpos estão carbonizados, não foi possível fazer a identificação visual das vítimas.
A perícia da Polícia Civil esteve no local e os restos mortais foram removidos para o Instituto Médico-Legal (IML) de Governador Valadares, onde irão passar por exames.
A PM informou que, por enquanto, não é prudente afirmar que o avião foi abatido ou carregava bombas. De acordo com o órgão, somente as perícias das Aeronáutica e Polícia Civil podem constatar o que levou a aeronave a despencar.
Ocorrência
Conforme o chamado feito à PM, dois aviões estavam sobrevoando a região quando um deles caiu. Entretanto, os órgãos de segurança ainda não têm informações sobre o paradeiro da outra aeronave.
Após o acidente aéreo, o Corpo de Bombeiros e a PM foram até o local para atender a ocorrência. Uma equipe da Polícia Civil, composta por um delegado e investigadores, também seguiu até a área, que é de difícil acesso, usando uma balsa.
Invasão
Sílvio Neto informou que a área invadida pelo MST pertence a empresa Fibria. A fazenda estaria abandonada há alguns anos e, recentemente, foi ocupada por quase 300 famílias. O prefeito, segundo o porta-voz do MST, alegou ser proprietário da terra mesmo sem apresentar documentação da posse.
“Ele vinha fazendo investidas para acontecer o despejo forçado. Isso está comprovado em Boletim de Ocorrência“, disse. “Estávamos apenas reivindicando a desapropriação da terra e o direito de reforma agrária em uma área que não cumpria sua função social”, relatou.
Oitavo acidente aéreo
Com mais esta tragédia aérea registrada nesta terça-feira (14), em Tumiritinga, Minas Gerais chega ao impressionante número de 17 pessoas mortas em oito acidentes aéreos em 2015. Seis destes acidentes aconteceram em um intervalo de apenas 40 dias, entre 5 de junho e esta terça.
Duas pessoas morreram no último sábado (11) na queda de avião monomotor na zona rural deDivinópolis, na região conhecida como Córrego Paiol. Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave caiu por volta de 13h, pouco após decolar no aeroporto Brigadeiro Cabral, no bairro Córrego Paiol. AForça Aérea Brasileira (FAB) divulgou que a aeronave caiu a cerca de 1 km da cabeceira 35 do aeroporto.
Antes deste acidente, aconteceu outro no último dia 29 de junho, quando uma pessoa morreu e outra ficou ferida na queda de um ultraleve em Buarque Macedo, distrito de Conselheiro Lafaiete, na regiãoCentral do Estado. Já no dia 17 de junho três pessoas morreram na queda de um helicóptero na região da Mata dos Palmitos, no distrito de Santa Rita de Ouro Preto, também na região Central do Estado.
No dia 7 de junho deste ano, um domingo, outras três vítimas fatais foram feitas pela queda de um avião que saiu do aeroporto da Pampulha e caiu sobre três casas do bairro Minaslândia, na região Norte deBelo Horizonte.
Dois dias antes da tragédia na capital mineira, no dia 5 junho, um piloto de 21 anos morreu ao cair com um avião pulverizador agrícola na zona rural de Celso Bueno, distrito de Monte Carmelo, na região doAlto Paranaíba.
No dia 4 de maio o piloto de um ultraleve também morreu em um acidente registrado na Serra da Canastra, na cidade de São Roque de Minas, no Centro-Oeste do Estado. Os destroços da aeronave, modelo Bravo 700, foram encontrados a cinco milhas do destino por equipes da FAB. Outras quatro mortes foram registradas em Minas com a queda de um avião de pequeno porte na zona rural deBueno Brandão, no Sul do Estado, no dia 19 de fevereiro.
Além disso, no dia 30 de dezembro do ano passado, outro avião de pequeno porte caiu na marginal doAnel Rodoviário, na altura do bairro Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte. O piloto do avião, que decolou do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino à Belo Horizonte, sofreu apenas ferimentos.
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