Escândalo de corrupção pode ter sido a gota d’água para a decisão do monarca espanhol
O rei Juan Carlos, de Espanha, abdicou do trono, esta segunda-feira. A comunicação foi feita pelo primeiro-ministro, Mariano Rajoy, às 10.30 horas locais (9.30 horas em Portugal Continental). Ainda esta manhã, o rei explicará a sua decisão através de um discurso em direto através da televisão e da rádio.”Sua Majestade o rei Juan Carlos acaba de comunicar-me a sua vontade de renunciar ao trono e abrir o processo sucessório”, afirmou, sem revelar os motivos da abdicação.
O rei comunicará, ao longo da manhã, os motivos da sua decisão. Um pouco debilitado devido a problemas de saúde, o rei já havia admitido, há algum tempo, a possibilidade de ceder o trono ao príncipe Felipe.
Contudo, fontes da Casa do Rei, citadas pelo jornal “ABC”, disseram que a decisão – “muito meditada” – já havia sido tomada em janeiro e não está relacionada nem com o estado de saúde nem com “conjeturas de qualquer outro tipo”.”Espero que em breve as Cortes espanholas possam proceder à nomeação como rei daquele que é hoje o príncipe das Astúrias”, escareceu Rajoy.
O chefe do Governo espanhol disse que encontrou o rei “convencido de que este é o melhor momento para produzir esta mudança (…) e ceder a coroa ao príncipe das Astúrias”.Numa declaração institucional inesperada, anunciada esta segunda-feira de manhã, Mariano Rajoy disse ter sido contactado pelo monarca espanhol, que o informou que quer abdicar para o seu filho, Felipe de Borbón, que reinará como Felipe VI.
Corrupção – A decisão de Juan Carlos de renunciar ao trono ocorre pouco tempo depois de denúncias de corrupção atingirem a imagem da família real espanhola.
Recentemente, a infanta Cristina de Bourbon, filha mais nova do rei, se viu envolvida em denúncias de desvio de dinheiro no Instituto Nóos, administrado por ela e seu marido Iñaki Urdangarin. Em fevereiro, Cristina depôs à Justiça no caso – foi primeira vez que um membro da família real espanhola testemunhou judicialmente. Em 2011, o jornal El País revelou o escândalo de corrupção mostrando que o Instituto Nóos recebeu contratos no valor aproximado de 6 milhões de euros (18,3 milhões de reais) de entidades públicas para cumprir trabalhos de incentivo ao esporte que nunca foram realizados. Há mais de dois anos a família real excluiu Cristina e Urdangarin de todas as cerimônias oficiais.
Fonte: Jornal de Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário