O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que vem se destacando como liderança nacional de respeito, defendeu nesta sexta-feira “um posicionamento único dos Estados em relação às chamadaspautas-bombas do Congresso, que são projetos que podem impactar as contas públicas. Temos que ter um posicionamento único a favor do Brasil e dos brasileiros. As pautas-bombas trarão consequências inimagináveis aos cofres da União e aos cofres dos estados e municípios. Os estados não podem arrecadar para gastar com poucas pessoas, temos que ter políticas públicas voltadas ao conjunto da sociedade. Todos nós temos as nossas relações no Congresso Nacional, com senadores e deputados que são ligados a gente. Estamos propondo conversar com todos eles e explicas as dificuldades que essas pautas-bombas trariam para as finanças dos estados”, disse o tucano na manhã desta sexta-feira, em Cuiabá, onde participa do II Fórum dos Governadores do Brasil Central.
Ao ser questionado sobre o polêmico ajuste fiscal, Marconi falou das ações que ele implementou em Goiás. “No nosso caso, nós trabalhamos a redução de secretarias. Reduzi para dez secretarias, reduzi 5 mil cargos comissionados. Mas não é só isso. Nós estamos procurando eliminar gorduras que a gente tem na folha, buscando rever todos os contratos, cortando na carne tudo que precisa ser cortado para termos condições de cumprir com as obrigações cotidianas do Estado, pagar folha, pagar dívida externa”.
O tucano ainda comentou a situação da presidente Dilma Rousseff diante da pressão pela crise econômica. “Acho que o governo federal precisa ter uma Lei de Responsabilidade Fiscal própria porque só os Estados e municípios estão submetidos a ela. O Congresso precisa ajudar em relação a essas pautas-bombas, não autorizar novos gastos porque a União não tem. A receita federal caiu muito por causa da redução da atividade econômica. E é preciso, na minha opinião, reduzir o tamanho da máquina estatal. Reduzir não só em relação aos ministérios, mas os gastos e a gordura de maneira geral”.
Fórum
O Fórum do Brasil Central foi criado por Marconi e o ministro Mangabeira Unger no mês passado, em Goiânia. O objetivo do bloco, que reúne Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Brasília, Tocantins, Goiás e Rondônia, é unir esforços e montar uma nova agenda de desenvolvimento para o Centro-Norte brasileiro.