02/08/2015

Jornalista e quatro mulheres são encontrados mortos em apartamento


Folhapress – Um repórter fotográfico e quatro mulheres foram encontrados mortos em um apartamento da Cidade do México. Segundo familiares do jornalista, ele havia se mudado do Estado de Veracruzpor conta de ameaças.
Rubén Espinosa trabalhava na revista investigativa “Proceso”. Ele tinha se transferido de Veracruz, onde trabalhava, para o Distrito Federal há algumas semanas porque se sentia ameaçado e acossado.
“Estava muito assustado”, relatou ao jornal “El Universal” o diretor da agência Cuartoscuro, Pedro Valtierra, para qual o jornalista colaborava. Colegas da “Proceso” disseram que Espinosa falava de “autoexílio”.
Ele foi identificado neste sábado (1) nas instalações do Serviço Médico Legista por uma de suas irmãs, segundo a revista. O corpo tinha um golpe no rosto e duas marcas de tiro.
Os cinco corpos foram descobertos na noite de sexta-feira (31). Vizinhos do apartamento em Narvarte, um bairro de classe média na Cidade do México, viram o corpo de uma mulher preso à cama e chamaram a polícia. Todos os corpos estavam com as mãos amarradas por fitas adesivas, sinais de tortura e marcas de tiros.
“O resultado das primeiras investigações permitiu estabelecer que três das mulheres vítimas residiam no apartamento onde ocorreu o crime”, informou o Ministério Público. A quarta mulher seria empregada doméstica, segundo a investigação inicial.
Horas antes da identificação do corpo por sua irmã, a organização defensora do direito à liberdade de expressão Artículo 19 denunciou o desaparecimento de Espinosa na rede social Twitter: “A pedido dos familiares de Rubén Espinosa, se torna público que há 24 horas se desconhece o paradeiro do fotojornalista”.
México está sendo atingido por uma onda de violência ligada ao narcotráfico, que já deixou mais de 100 mil mortos e 22 mil desaparecidos desde 2006, quando o governo lançou uma operação militar contra o crime organizado.
Em Veracruz, de onde Espinosa fugiu, 11 jornalistas foram mortos desde 2010, segundo o Comitê de Proteção aos Jornalistas. A ONG Article 19 chamou a morte de Espinosa de um novo nível de violência, já que ele foi morto na capital, onde muitos jornalistas buscam refúgio e onde o governo federal mantém uma agência de proteção a estes profissionais.
Espinosa relatara que estava sendo perseguido, fotografado e assediado do lado de fora de sua casa em Xalapa, capital do Estado.

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