08/12/2023

OEA diz que referendo de Maduro para anexar território da Guiana é ilegal


 Deu ruim para os planos de Nicolás Maduro. É que a Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), liderada por Luis Almagro, classificou nessa quinta-feira como “ilegal e ilegítimo” o referendo sobre a região de Essequibo, convocado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Em comunicado, o gabinete de Almagro denunciou a “posição agressiva” do governo venezuelano em relação à Guiana e disse que as crescentes tensões entre os dois países são “preocupação para a segurança regional” e ameaçam a “estabilidade e a soberania territorial” no continente.

Vejam o comunicado completo da OEA sobre a crise Venezuela x Guiana!

Declaração da Secretaria Geral da OEA sobre as recentes ações do regime venezuelano em relação à Guiana

7 de dezembro de 2023

 

A Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) destaca a urgência e a gravidade da situação relativa à postura agressiva do Regime Maduro na Venezuela em relação à República Cooperativa da Guiana, que se transformou em um ponto de importante preocupação para a segurança regional e constitui uma questão que ameaça a estabilidade e a soberania territorial em nosso Hemisfério.

É imperativo lembrar que a fronteira estabelecida em 1899 por um Comitê de Arbitragem internacional está em vigor e é juridicamente vinculativa para todas as partes ao abrigo do direito internacional. Este laudo foi recentemente reforçado por procedimentos e decisões do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ). Estes procedimentos foram ordenados pelo Secretário Geral das Nações Unidas de acordo com os termos do acordo assinado em Genebra em 1966 por representantes dos governos da Venezuela e da Guiana.

O regime de Maduro continua a tomar e a promover ações ilegais contra a Guiana, como a realização de um referendo ilegal e ilegítimo em 3 de dezembro de 2023, através do qual pretende anexar a região de Essequibo. Esta ação foi tomada não só com um flagrante desrespeito pelo direito internacional e pelas decisões do TIJ, mas também, mais uma vez, com uma utilização antidemocrática de processos democráticos.

O regime venezuelano já tinha levado a cabo outras ações agressivas antes do referendo, incluindo vários incidentes e atos de intimidação. Estas ações ilegais aumentaram e agora as violações da recente decisão do Tribunal Internacional de Justiça são flagrantes: a ditadura venezuelana está a adotar ações jurisdicionais em questões de defesa, nacionalidade, administração e economia, em clara violação da jurisdição e da integridade territorial de outro Estado.

Também deve ser especialmente levado em conta que o regime venezuelano tem violado permanentemente as normas universais de direitos humanos – como atestam os relatórios do sistema das Nações Unidas – e as normas interamericanas de direitos humanos – como atestam os relatórios da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). As autoridades do regime são investigadas perante o Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade. O regime venezuelano tem sido um violador contundente da Carta Democrática Interamericana, gerou pela sua própria ação a pior crise migratória do Hemisfério e a pior crise humanitária do Hemisfério, além dos julgamentos de corrupção referentes à PDVSA e ao narcotráfico, julgamentos que envolveram o ambiente da ditadura.

As recentes ações tomadas pelo Regime na Venezuela não só põem em perigo o desenvolvimento e a estabilidade da Guiana, mas também representam um risco mais amplo para a segurança da América Latina e das Caraíbas, uma situação que tem sido repetidamente condenada pela Comunidade das Caraíbas ( CARICOM).

À luz desses acontecimentos, e com a decisão da CIJ sobre medidas provisórias contra a Venezuela, de 1º de dezembro de 2023, a Secretaria Geral reafirma e endossa a solicitação de uma reunião do Conselho Permanente da OEA o mais breve possível. Esta reunião teria como objetivo discutir possíveis medidas para mitigar esta crise e explorar soluções que respeitem o direito internacional e a estabilidade regional.

Referencia: P-082/23

07/12/2023

Senador Canedo participa de reunião sobre remoção de cabos e fios soltos em postes da cidade


 Em reunião realizada nesta terça feira (05), na sede do Ministério Público de Goiás (MPGO) em Senador Canedo, o município discutiu a intenção em realizar um projeto para remoção de cabos e fios telefônicos e de energia que estão inativos, em postes da cidade

O encontro, promovido pela promotora Marta Loyola, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Senador Canedo, reuniu representantes do MPGO, da Defesa Civil municipal, Superintendência Municipal de Trânsito (SMT), Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), e secretarias da administração municipal, além das principais operadoras de telefonia presentes no município.

O promotor Carlos Alexandre, titular da 8ª Promotoria de Justiça de Goiânia e articulador do projeto Cidade Segura na capital explicou que o excesso de peso nos postes gera erosão e há risco de curtos-circuitos. Segundo ele, o projeto em questão trará inúmeros benefícios à população, já que evitará acidentes, poluição visual, permitirá identificação e remoção de ligações clandestinas e ganho das operadoras em recuperar cabos para reutilização. Ainda de acordo com ele, a iniciativa prevê a reorganização dos fios, com a sua respectiva identificação.

Ao longo da reunião, foi pontuado também que a experiência de Goiânia mostra que é necessária a comunicação entre todos os órgãos e empresas participantes para que o projeto se concretize. Outro aspecto levantado, caso Senador Canedo implante o projeto, é a escolha de um bairro tranquilo para início das obras. Na capital, bairros pouco verticalizados e com tráfego tranquilo foram escolhidos para serem piloto.

O secretário de Infraestrutura do município, Cleverson Emerick, explicou que Senador Canedo vê a ação com bons olhos. “O municipio vê a necessidade estética e de segurança para que os serviços funcionem com mais eficiência “, disse.

A representante da Equatorial, Ana Paula Cordeiro , afirmou que a empresa atuará como órgão fiscalizador para a efetiva realização do projeto. Segundo ela, em caso de alguma intercorrência no fornecimento de energia, a empresa atuará para correção do erro.

Durante o econtro também ficou definido que, desde já, o planejamento e organização do projeto serão realizados pelos órgãos responsáveis. Diante da previsão de chuvas em dezembro e em janeiro próximo, a previsão de início das obras em Senador Canedo é fevereiro de 2024.

06/12/2023

Atlas da Violência aponta “queda sistemática e persistente” de homicídios em Goiás


 Goiás foi o terceiro estado que mais reduziu a taxa de homicídios de 2020 a 2021, com queda de 18%, enquanto a média nacional reduziu 4,8%. Os dados são do Atlas da Violência, divulgado nesta terça-feira (05/12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Quando comparado com 2018, a redução dos homicídios em Goiás é ainda maior, chegando a 35%. O número total de homicídios também registrou diminuição semelhante (16,8%), caindo de 2.177 casos em 2020, para 1.812 em 2021. O Acre contabilizou 33% de queda na taxa desse tipo de crime, enquanto Sergipe aparece na segunda posição com redução de 20,3%.

Em contrapartida, os maiores aumentos percentuais ocorreram no Amazonas (34,9%), Amapá (17,1%) e em Rondônia (16,2%), evidenciando o problema de segurança pública da região Norte do país.

O levantamento destaca que poucos estados brasileiros conseguiram manter a redução gradativamente.

“Um aspecto digno de nota é a diminuição, sistemática e persistente, das taxas de letalidade de seis Unidades Federativas, desde o início da série: Alagoas, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraíba e São Paulo”, ressalta o documento lançado nesta terça.

Para o governador Ronaldo Caiado, os investimentos na área da segurança pública no estado são prioridade na atual gestão e esses dados comprovam os resultados positivos.

“Nossas polícias estão integradas e têm tecnologia, informação e formação de policiais preparados para enfrentar a realidade do crime que, hoje, intimida o Brasil, mas não Goiás. Sem segurança pública, não existe Estado Democrático de Direito, liberdade, economia de mercado, não existe sequer a condição do cidadão sobreviver”.

HOMICÍDIOS POR ARMA DE FOGO

Considerando apenas os casos de mortes provocadas por arma de fogo, Goiás é o segundo estado brasileiro com maior diminuição, registrando 27% menos casos em 2021, em comparação com 2020.

Foram 1.391 notificações em 2020, contra 1.012 no ano seguinte. Desde 2018, a redução desses crimes em Goiás é de 48%. A média geral do país foi de apenas 2% de queda. Nesse quesito, Goiás fica atrás somente do Acre, onde a redução foi de 48%.

Ao todo, 11 estados brasileiros contabilizaram aumento de homicídios por arma de fogo no mesmo período: entre eles, Amazonas (53,6%), Amapá (37,2%), Rondônia (33,2%), Mato Grosso do Sul (27%) e Piauí (26,9%).

PROTEÇÃO DA JUVENTUDE

A taxa de homicídios de jovens, que compreende a população de 15 a 29 anos, caiu 24,9% entre 2020 e 2021, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte (27,5%) e Acre (44,5%). As maiores altas foram registradas em Rondônia (45,3%) e no Amazonas (45,1%).

Quando considerado as crianças e adolescentes entre 5 e 14 anos, a redução em Goiás chega ao número expressivo de 43,8%, enquanto a média nacional foi de 12,9%.

Outro índice que despenca em Goiás acima da média nacional, de acordo com o Atlas da Violência, são os homicídios de pessoas negras. Enquanto o estado reduziu em 17% o número total desses crimes, o país registrou queda de apenas 3,5% na quantidade de notificações.

Quando considerada a taxa de homicídios, que calcula o número de mortes proporcionalmente ao tamanho da população, a queda em Goiás é ainda maior, de 20,9%, enquanto a na média geral do Brasil é de 3,9%.

05/12/2023

Vladimir Putin se reunirá com os chefes dos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Irã


 

Por Abdulla Shakirov

O presidente russo, Vladimir Putin, manterá reuniões com os líderes dos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Irã. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov , as reuniões acontecerão esta semana.

“As visitas de trabalho de Putin aos Emirados Árabes Unidos e à Arábia Saudita acontecerão amanhã. Isso acontecerá virtualmente em um dia”, disse ele aos repórteres.

Segundo o secretário de imprensa do Presidente russo, o chefe de Estado russo irá discutir com os seus colegas a resolução do conflito no Médio Oriente e a cooperação no sector petrolífero. Na quinta-feira, 7 de dezembro, o líder russo manterá conversações em Moscou com o presidente iraniano, Ebrahim Raisi .

Na véspera, o assistente de Putin, Yuri Ushakov, anunciou as viagens do presidente aos Emirados Árabes Unidos e à Arábia Saudita.

Como escreveu o site KP.RU, o chefe de Estado, falando aos embaixadores de outros estados em Moscou, disse que a Rússia segue uma política independente e está sempre pronta para cooperar com aqueles que a procuram.

Fonte: Kp.ru


04/12/2023

Caiado entrega GO-180 e destaca importância da via para o Sudoeste goiano


 O governador Ronaldo Caiado entregou à população em Jataí, na região Sudoeste, a obra de implantação da GO-180, neste sábado (02/12). O trecho tem extensão de 25,63 quilômetros e abre uma ligação entre a GO-467 e a rodovia federal BR-364, que corta o território goiano e passa por estados vizinhos como Mato Grosso e Minas Gerais.

Com a entrega, o foco do Governo de Goiás na ampliação e reconstrução da malha rodoviária do estado teve mais um capítulo concluído. A pista recebeu revestimento em concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) e investimento de mais de R$ 70 milhões. Os serviços foram executados pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra).

O chefe do Executivo estadual destacou no evento de inauguração o impacto da rodovia no futuro do desenvolvimento socioeconômico do Sudoeste, a facilitação do escoamento das produções e a melhora na conexão entre municípios vizinhos, além da redução de custos com combustível e transporte.

“São 80 mil hectares de terras produtivas que estavam totalmente isoladas. Agora, estamos cumprindo essa missão de dar infraestrutura para o desenvolvimento da região”, destacou o governador Ronaldo Caiado.

GO-180

A ponte sobre o Rio Claro, recebeu revestimento asfáltico. Um novo sistema de drenagem para suportar a vazão de águas pluviais e fluviais também foi instalado. As equipes da Goinfra fizeram ainda a implantação de elementos de drenagem superficial por toda a extensão da pista, como inserção de meios-fios, sarjetas e descidas d’água.

“Essa rodovia já nasceu com o revestimento em CBUQ, ou seja, ela deve durar cerca de 10 anos sem apresentar trincamentos ou defeitos.”, disse o presidente da Goinfra, Lucas Vissotto.

Vice-governador de Goiás e natural do município, Daniel Vilela destacou o empenho do Executivo em expandir as possibilidades de crescimento para o Sudoeste goiano.

“As pessoas, às vezes, pensam que uma rodovia é só uma questão de tráfego, de fluxo melhor, mas isso aqui tem um impacto econômico muito grande para a cidade e para o estado”, disse Vilela.

CRESCIMENTO

O prefeito de Jataí, Humberto Machado, disse que a fronteira agrícola da região não estava sendo explorada até agora por falta de infraestrutura de transporte.

“Essa rodovia vai gerar mais emprego, maior arrecadação para o poder público e vai circular mais dinheiro na praça de Jataí”, destacou o prefeito.

Pioneiro da região, o produtor rural Wilson Hudson disse que chegou a perder a esperança de ver a obra pronta, mas renovou o ânimo quando Caiado anunciou a obra,

“Sei bem o que a gente passou para poder chegar até esse ponto da conclusão. Então, agradeço muito a todos que fizeram parte”, disse o produtor.

03/12/2023

Saúde Goiás cria serviço de consulta on-line a medicamentos do Juarez Barbosa


 Já está disponível no Portal Expresso a consulta on-line aos estoques da Central Estadual de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa (Cemac JB) e de outras sete unidades do Governo de Goiás no interior.

O serviço é uma ferramenta disponibilizada inicialmente no site da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), 15 dias após a publicação da lei federal que torna obrigatória a divulgação dos estoques das farmácias do Sistema Único de Saúde (SUS).

Goiás é um dos primeiros estados a oferecer a opção, alguns municípios e o Distrito Federal já contavam com sistema semelhante. O serviço on-line do Governo de Goiás permite que o usuário verifique os medicamentos disponíveis de forma totalizada ou por unidade, pelo nome, volume e gramatura.

O secretário de Saúde, Sérgio Vencio, destaca que a novidade “evita o deslocamento do usuário até a unidade de atendimento, caso, naquele momento, o medicamento não esteja disponível”, explica.

TRABALHO INTEGRADO

Sérgio Vencio também ressalta o trabalho integrado das equipes da Cemac JB e da Superintendência de Tecnologia e Inovação que permitiu à SES criar e ativar o sistema.

Segundo o diretor-geral da Cemac JB, Roney Pereira, como todos os serviços da central estão informatizados, os dados ficaram disponíveis para consulta ao público em apenas 15 dias, no site da Secretaria de Saúde (www.saude.go.gov.br/estrutura/outras-unidades/cemac-juarezbarbosa) e, agora, no Portal Expresso (https://www.go.gov.br/).

As informações apresentadas no Portal Expresso incluem os estoques das farmácias da Cemac JB, em Goiânia; Regional Pireneus, em Anápolis; e Policlínicas Estaduais de Posse, Formosa, Quirinópolis, Goianésia, São Luís de Montes Belos e cidade de Goiás. O acesso é intuitivo, ou seja, leva o usuário a encontrar facilmente as informações que procura.

CONSULTA ON-LINE

Ao entrar no Portal Expresso, o primeiro passo é procurar o serviço ‘Estoque de medicamentos’. Em seguida, selecionar ‘Consultar estoque de medicamentos de alto custo’. Por fim, clicar no botão ‘Acessar’.

Caso o usuário não esteja cadastrado na Cemac JB ou em uma das unidades do interior que também fazem a dispensação do medicamento de alto custo, o Portal Expresso oferece o link ‘Solicitar abertura de processo ou alteração e/ou inclusão de medicamentos de alto custo’.

E, ainda, ‘Solicitar renovação de processo para Medicamentos de Alto Custo’, se for o caso. As mesmas informações estão disponíveis na seção da Cemac JB no portal da SES-GO.

02/12/2023

Mandatos no STF e fim da reeleição no Executivo serão votados em 2024


 O fim da reeleição no Executivo e a transformação dos cargos de ministros do Supremo Tribunal Federal em mandatos temporários estarão na pauta do Poder Legislativo em 2024. O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco, já mencionou que pautará as propostas para votação no ano que vem. As mudanças são apoiadas por vários senadores. Os senadores Plínio Valério (PSDB-AM), Flávio Arns (PSB-PR) e Angelo Coronel (PSD-BA) têm propostas semelhantes que estão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas ainda não tiveram a relatoria indicada.

— Essa proposta de emenda à Constituição ainda está na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Nós vamos dar a cadência devida na CCJ, mas este ano ainda não vai ser possível. Mas eu quero crer que, no começo do ano que vem, a gente possa evoluir nessa proposta de emenda à Constituição, assim como na proposta de emenda à Constituição do fim da reeleição no Brasil. São dois temas muito apropriados para o início do ano que vem — afirmou Rodrigo Pacheco em entrevista à repórter Paula Groba, enviada especial para a COP 28 em Dubai.

Em entrevistas à Agência Senado, os três autores apoiaram a decisão do presidente.

— Senador Pacheco demonstra as mesmas preocupações que diversos membros do Congresso. É preciso enfrentar essa discussão e o Congresso Nacional decidir essas eventuais adequações. O importante é vermos que essa discussão é muito necessária neste momento, a fim de evitarmos termos cortes jurídicas com atuação ou tendências políticas que rivalizem com os representantes eleitos pelo povo — disse Angelo Coronel.

Ele é autor da PEC 77/2019, que limita o mandato de ministros do STF a oito anos, permitida uma recondução, e aumenta para 55 anos a idade mínima para compor a Suprema Corte.

— A principal motivação é assegurar o equilíbrio entre os Poderes. É preciso preservar o Poder Judiciário e evitar todo tipo de perpetuação de poder. Determinar mandatos para alta cúpula do Judiciário é uma forma de evitar que um Poder da República fique refém dos mandatos de seus membros. Assim como no Legislativo e no Executivo, é preciso que o Judiciário tenha essa renovação nos cargos principais — defende.

A proposta altera a escolha dos ministros, que passariam a ser indicados também pela Câmara e pelo Senado. O objetivo principal é descentralizar as indicações, segundo o autor. Dos 11 ministros, 3 seriam eleitos pelo Senado e 3 pela Câmara; os demais continuariam sendo indicados pelo presidente da República. Todos os indicados teriam que ser escolhidos dentre os “ministros de tribunais superiores, desembargadores ou juízes de tribunais”. Senado e Câmara também elegeriam parte do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Superior Tribunal Militar (STM). Caso aprovada, a escolha dos próximos seis ministros do Supremo será feita primeiro pela Câmara e pelo Senado, alternadamente. Depois disso, as demais indicações serão feitas pelo órgão (Câmara, Senado ou Presidência da República) que indicou o ministro cujo cargo ficou vago.

Já Plínio Valério é autor da PEC 16/2019, que estabelece mandato fixo de oito anos para ministros do Supremo e aumenta a idade mínima para nomeação de 35 para 45 anos. O senador sublinha que as novas regras só valeriam para futuras indicações feitas após a publicação da emenda constitucional.

— Hoje alguns pensam que o prédio do Supremo é o Olimpo, mas não é. Alguém tem que ter poder para colocar um freio nisso e esse poder chama-se Senado Federal. Nós fazemos as leis, o Congresso. Quem pode aprimorar, quem pode trabalhar, modificar ou fazer nova lei, somos nós. Não são eles. Nós temos que assumir o nosso papel e o Rodrigo acertou muito bem, está tendo o apoio total nosso aqui, pra gente continuar fazendo coisas dentro da lei, pela lei. Eu acho que essa PEC vai tramitar legal — afirmou Plínio Valério.

A PEC 16/2019 também fixa prazos para o presidente fazer suas indicações para o STF e para o Senado analisá-las. O presidente da República teria de indicar ao Senado o nome de um novo membro do STF em até um mês do surgimento da vaga no tribunal. O Senado teria, então, até 120 dias para analisar a indicação.

Se o nome for aprovado pelo Senado (por maioria absoluta), o presidente da República terá dez dias para proceder à nomeação do novo ministro. Caso nada faça, será considerado que o presidente deu anuência tácita à nomeação. Esses prazos não existem hoje.

— O Senado representa o Brasil. E eles foram empoderados como juiz de um Supremo Tribunal Federal e alguns deles se julgam semideuses. Por causa dessa longevidade. Ele entra aos 40, 45, 50 e só sai com 75, quando então já tem casa em Nova York, casa em Portugal e não vão mais dar satisfação porque vão morar fora. Com oito anos [de mandato], ele vai ser bom, ser justo, não vai sucumbir aos encantos do poder — acrescentou Plínio Valério.

Ele antecipou que a relatoria das mudanças no STF deve ficar com a senadora Tereza Cristina (PP-MS). Na avaliação de Plínio Valério, o texto final deve acabar propondo um mandato fixo de 10 ou 12 anos e uma idade mínima de 45 anos. Plínio Valério disse que as PECs deverão ser apensadas e tramitarão em conjunto, cabendo ao futuro relator condensar as propostas e as emendas apresentadas em um texto substitutivo.

Na segunda-feira (27), Rodrigo Pacheco afirmou que a criação de um mandato temporário fixo para ministros do STF e a elevação da idade mínima para ingresso podem “ser uma sistemática muito positiva para o Brasil”. Ele disse que o Supremo não pode se tornar a última instância da discussão política no Congresso Nacional.

Por sua vez, a PEC 51/2023, de Flávio Arns, estabelece mandato de 15 anos para o cargo de ministro do STF e fixa em 50 anos a idade mínima para a nomeação. A proposta estabelece também uma quarentena para impedir que sejam nomeados para o STF quem houver exercido nos três anos anteriores, por qualquer período, um dos seguintes cargos: procurador-geral da República, defensor público-geral Federal, ministro de Estado ou titular de órgão diretamente subordinado à Presidência da República, ou, ainda, dirigente de entidade da administração pública federal indireta. Aguarda indicação de relator na CCJ.

— Uma questão estatal fundamental jamais foi objeto de reforma constitucional: as regras de seleção dos ministros do STF e a duração de seus cargos. Essa questão é crucial porque, além de determinar o grau de legitimidade, independência e imparcialidade que os membros da cúpula do Judiciário ostentarão, ela também diz respeito ao tipo de jurisdição constitucional que desejamos ter em relação à nossa própria identidade nacional — argumenta Arns.

O senador diz querer “um novo modelo de jurisdição constitucional”.

— As nossas leis e regras jurídicas mudam de modo cada vez mais acelerado, para acompanhar o ritmo crescente da globalização, inovação tecnológica e diversificação cultural. Nada mais coerente e razoável que a forma de escolha dos nossos guardiões da Constituição, bem como a frequência com que a Corte se renova, sejam adequadas à realidade sociopolítica brasileira, bem como adaptáveis às suas constantes mudanças — acrescenta.

Arns afirma também que o debate sobre a forma de mandato e de escolha dos membros do STF vem sendo feito pelos congressistas há mais de uma década.

— Todas as instituições estatais estão sujeitas a atualizações e aprimoramentos normativos, inclusive o Congresso Nacional, que já sofreu tantas mudanças desde a primeira Constituição republicana do Brasil — diz.

A última instância

O STF completou 215 anos em 2023, pois teve como embrião a Casa da Suplicação do Brasil, que tinha 23 membros, primeiro órgão judiciário independente do país, criado em 10 de maio de 1808, para exercer o ofício de instância final de apelação nos processos iniciados no território da então colônia — ou seja, os processos podiam ser encerrados no Brasil, sem mais a necessidade de manifestação da Casa de Suplicação de Lisboa.

Após a Proclamação da Independência (7 de setembro de 1822), a Constituição de 1824 transforma o órgão em Supremo Tribunal de Justiça, integrado por 17 juízes, que só foi instalado em 1829 e durou até 1891.

Passou a se chamar Supremo Tribunal Federal entre 1890/91. Na Constituição de 1891, o STF era composto por 15 juízes, nomeados pelo presidente da República com posterior aprovação do Senado. Em 1931 o número de ministros foi reduzido para 11. Do início da República (15 de novembro de 1889) até 1933, o cargo era vitalício. A Constituição de 1934 estabeleceu aposentadoria compulsória aos 75 anos para todos os servidores públicos, limite que foi diminuído para 68 anos na Constituição de 1937.

Com a Constituição de 1946, a aposentadoria compulsória é estabelecida em 70 anos, limite que vigorou até 2015, com a aprovação da chamada PEC da Bengala, transformada na Emenda Constitucional 88, que aumentou para 75 anos a idade da aposentadoria compulsória.

A aposentadoria compulsória permaneceu em 70 anos de idade durante toda a ditadura militar iniciada em 1964, mas o Ato Institucional 2/1965, aumentou o número de ministros para 16 e o Ato Institucional 6/1969, restabeleceu o número de 11 ministros.

Com a retomada democrática, a composição com 11 magistrados foi mantida e a Constituição de 1988 reforçou a competência do Supremo como guardião da Constituição.

Reeleição não

Outra proposta que voltará à tona em 2024 é a extinção da reeleição para presidente, governador e prefeito. A medida já foi tema de dezenas de PECs desde o começo do século, mas nenhuma prosperou. Atualmente há a PEC 12/2022, do senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que também está na CCJ aguardando relatoria. O texto ainda aumenta de quatro para cinco anos o tempo de mandato para quem ocupar esses cargos a partir de 2026.

O instituto da reeleição já dura desde 1997 (Emenda Constitucional 16). Entre 1891 e 1996 não havia essa possibilidade. A PEC foi proposta no segundo mês do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1994, que se beneficiaria da mudança para obter um segundo mandato a partir de 1998. Os dois presidentes seguintes, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, também conseguiram se reeleger; Jair Bolsonaro não. Vice-presidente de Dilma, Michel Temer nunca se candidatou à Presidência, cumpriu parte do mandato de Dilma após o impeachment, mas não tentou manter-se no cargo.

Na Câmara dos Deputados, também há dezenas de propostas que tratam de reeleição, do STF e assuntos correlatos, como a PEC 262/2008, que tem outras 27 PECs apensadas à ela. A proposta muda as regras de preenchimento de vagas nos tribunais superiores, mas há matérias apensadas que propõem o fim da reeleição para o Executivo e o mandato de sete, oito ou dez anos para ministros do Supremo, entre outros.

A PEC 376/2009, outra em tramitação naquela Casa, unifica as datas de eleição de todos os mandatos eletivos e acaba com a reeleição no Executivo. Ela tem mais dez PECs apensadas, como a que reduz de oito para quatro anos a duração do mandato de senadores; a que limita reeleições no Poder Legislativo; e a que extingue a figura dos suplentes de senadores. Ambas aguardam votação na CCJC da Câmara.

 

Créditos: Senado notícias.

01/12/2023

Israel atinge 200 alvos do Hamas após fim da trégua

 

“As forças destruíram armadilhas com explosivos, poços de túneis, posições de lançamento e quartéis-generais militares utilizados pela organização terrorista Hamas em preparação para a continuação dos combates”, afirmaram os militares.

A Marinha israelense também fez ataques contra o Hamas em Gaza.

Enquanto isso, grupos terroristas dispararam cerca de 50 foguetes a partir de Gaza contra cidades do sul de Israel.