O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) vai analisar imagens e lances da vitória do Vasco sobre o Cruzeiro por 2 a 1, no Maracanã. O motivo foi a conversa entre o cruzeirense Júlio Baptista e o vascaíno Cris, no início do segundo tempo, que pode sugerir ter havido um acordo para que o time carioca, que luta contra o rebaixamento, vencesse, já que a equipe mineira não tem mais nada a disputar, por ter garantido o título de campeão brasileiro por antecipação.
- Faz logo outro, faz logo outro – disse Baptista a Cris.
VEJA O VÍDEO POLÊMICO ONDE JULIO BAPTISTA LEVANTA TODA A SUSPEITA DE ARMAÇÃO.
O procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, disse que não acredita que a frase seja sinal de facilitação por parte do Cruzeiro. Mas, diante da reação dos clubes que concorrem com o Vasco na luta para não descer à Série B, que até estudam ação conjunta na Justiça, Schmitt prometeu investigar.
- É improvável que isso (um acordo para entregar o jogo) tenha ocorrido, pois ninguém revelaria de forma tão inocente um esquema que prejudicaria vários outros clubes em benefício de um deles – disse o procurador à reportagem do Globoesporte.com. – De todo modo, como pouca coisa me surpreende ultimamente, iremos avaliar imagens e lances do jogo, que é mais importante nesse cenário do que qualquer diálogo ou provocação. E, caso haja facilitação, omissão em disputa, entre outros aspectos de impacto no resultado da partida, poderemos oferecer denúncia ou ao menos requerer uma investigação – completou.
Manipulação dos resultados é uma conduta passível de punição, de acordo com os artigos 243 e 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJDA).
- Tal conduta, se confirmada, configuraria infração – explica Schmitt.
O lance aconteceu aos quatro minutos do segundo tempo, quando o Vasco vencia por 2 a 0. O Cruzeiro depois diminuiu a diferença no placar, mas não conseguiu o empate.
Logo depois do jogo Júlio Baptista deu sua explicação:
- A gente estava discutindo, e ele (Cris) falou para amaciar, ‘vai, amacia, pô’. Falei: “Vai lá e faz o terceiro”. Coisas do jogo, que acontecem. Poderiam pegar a frase inteira, pegaram só o momento que falei ‘faz o terceiro’. É normal, as pessoas podem interpretar de qualquer forma que a gente está tentando amaciar, mas em nenhum momento isso aconteceu, tanto que tentamos fazer o segundo. O primeiro foi feito, o segundo não conseguimos fazer, e infelizmente acabamos perdendo o jogo – argumentou o meia do Cruzeiro.
Dirigentes do Bahia e de outros times que lutam contra o rebaixamento trocaram telefonemas na noite de sábado, e estudam uma ação conjunta. Portuguesa, Criciúma, Fluminense e Coritiba, além do Bahia, pensam em tomar atitudes contra o Vasco e Cruzeiro na CBF e no Superior Tribunal de Justiça Despoertiva (STJD).
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