Uma comissão representativa dos integrantes dos movimentos sociais ligados ao campo que ocuparam as dependências externas da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, na desta quarta-feira (16), foi recebida no final da tarde pelo governador Marconi Perillo. O encontro só foi possível depois que os manifestantes aceitaram deixar a sede da Sefaz em troca de uma reunião com o governador, os secretários da Fazenda, José Taveira, e da Segurança Pública, Joaquim Mesquita, além do chefe do Gabinete Militar da Governadoria, coronel Adailton Florentino.
A manifestação de hoje marcou, em todo o mundo, o Dia Internacional da Alimentação. Ocupações, como a ocorrida em Goiânia, foram registradas em todos os estados brasileiros e em praticamente todos os países de todos os continentes.
Cerca de dez representantes dos camponeses discutiram, com o governador e equipe, uma extensa pauta de reivindicações, que vai desde melhorias em estradas, saneamento básico, moradias, educação e cultura, até a concessão de crédito para a produção. “Eles estão querendo fixar suas famílias no campo, um movimento inverso ao que ocorre hoje no mundo, quando muitos querem deixar a zona rural para se estabelecer nas cidades. Portanto, é um movimento que tem um objetivo muito nobre”, declarou o governador durante entrevista coletiva à imprensa.
Marconi afiançou que muitas das reivindicações apresentadas poderão ser atendidas. Outras, precisam ser melhor avaliadas. “Vamos verificar o que é possível fazer dentro da legislação”, informou à comissão.
Para que todos os itens da pauta possam ser analisados em detalhes, o governador definiu no encontro a criação de um grupo de trabalho. Em nome dele, o grupo vai coordenar um diálogo permanente com os representantes das entidades. Coordenado pelo superintendente Executivo da SSP, coronel Edson Araújo, e pelo secretário da Agricultura, Antônio Flávio de Lima, o grupo irá discutir as demandas “para que possamos, num curto espaço de tempo, atender aquelas reivindicações que estão ao nosso alcance”, afirmou Marconi.
Na avaliação dele, a conversa foi respeitosa. “Foi uma manifestação pacífica e ordeira. E por isso fizemos questão de recebê-los aqui no Palácio das Esmeraldas, para juntarmos forças no sentido de atender tudo aquilo que estiver ao alcance e for da alçada do Governo do Estado”, salientou.
“O mais importante – prosseguiu o governador – é que nós estamos abrindo um diálogo para buscar resultados que fixem essas pessoas no campo e deem a elas condições de trabalhar com dignidade. Não adianta doar terra sem dar condições para que elas produzam. Tudo o que pudermos fazer para fixação de pessoas no campo, nós procuraremos fazer. As cidades estão inchadas, as pessoas estão com dificuldades para conseguir bons empregos. Todos nós – governos federal, estaduais e municipais – precisamos estabelecer políticas públicas que deem condições a essas famílias de se organizarem no campo. Isso será bom para todos”, finalizou.
O presidente da Fetaeg, Alair dos Santos, disse que o movimento vai avaliar o resultado do encontro. “Podemos adiantar que é um sinal que o governador nos dá no sentido de discutir a pauta, atender alguns pontos. O importante é que o governador, sob seu comando, abre um processo de negociação que nos permite discutir o que será possível fazer para que possamos retomar as discussões num período mais breve possível”.
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