O Jardim América é o bairro mais perigoso para donos de veículos em Goiânia. O bairro da região sudoeste é seguido pelo Setor Leste Universitário, o Parque Amazônia e o Jardim Novo Mundo como preferidos pelos ladrões de carros na capital. Os furtos, tipo de crime sem ameaça direta à vítima, têm maiores registros no Jardim Goiás, Setor Central, Cidade Jardim e Setor Oeste. Conforme levantamento da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DERFRVA), são pelo menos 17 veículos roubados por dia em Goiânia – número superior à média nacional, que é 5.
As preferências dos bandidos são bem específicas. Gol, Uno, pickup Strada, Hilux, Honda Civic e Voyage são os carros mais visados em Goiânia. Segundo dados da Polícia Militar, em novembro, 600 veículos foram roubados e 284, furtados. Em setembro, antes do início da greve da Polícia Civil, foram registrados 282 roubos e 105 furtos pela DERFRVA. Os carros nas cores prata, preta e branca são os preferidos. As motos mais visadas pelos ladrões na capital são a Honda Biz 125, a Honda CG 150 e a Honda CG 150 Titã. Os dados da delegacia ainda apontam que, em sua maioria, os crimes são cometidos por bandidos à mão armada. No total, no primeiro semestre de 2013, 3.174 veículos foram furtados ou roubados em Goiânia.
Vítima
Alexandre Rodrigues, de 23 anos, teve seu carro roubado, um Honda City branco, na segunda quinzena de novembro. Ele foi abordado por dois jovens enquanto estava parado próximo ao Parque Vaca Brava, no Setor Bueno. Os bandidos, que aparentavam ser adolescentes, o ameaçaram com uma arma. Levaram o veículo, o celular e os pertences dele e da namorada. Ele havia retirado o veículo há apenas 15 dias da concessionária. O caso citado não é único. Está dentro da média, da forma de abordagem, da idade dos criminosos, do bairro e da cor do veículo roubado.
Por sorte, mesmo com a greve da Polícia Civil, Rodrigues conseguiu registrar a ocorrência junto à Polícia Civil, já que tem um conhecido na instituição. Apesar disso, a seguradora só pode ressarci-lo em fevereiro. Mesmo com o celular rastreado e mostrado a localização dos bandidos, a PM não conseguiu recuperar o veículo. O pai do jovem teve a caminhonete Hillux levada por assaltantes 20 dias antes, na porta de casa. “Vou parar de andar de carro e passar a usar bicicleta”, brinca.
Veículos recuperados
Segundo dados apresentados pelo coronel Divino Alves, da Polícia Militar, em novembro, dos 884 veículos roubados e furtados registrados junto à corporação, 442 foram recuperados. Alves acredita que, apesar de o número de recuperação chegar a quase 50%, é um trabalho em cima de outro trabalho já feito: o patrulhamento. Por isso, a principal medida para coibir os roubos e furtos seria a mudança na legislação.
O porta-voz da Polícia Militar afirma que a primeira atitude de quem tem o carro roubado ou furtado é ligar para o número da corporação, para que os policiais estejam cientes de que o veículo foi roubado. Alves diz ainda que o registro junto à Polícia Civil também é de extrema importância, para que conste no cadastro nacional de veículos roubados.
Alves diz que, em sua maioria, os bandidos envolvidos nesses tipos de crimes são adolescentes, o que favorece a reincidência. Por isso é bom ficar atento às redondezas, evitar locais ermos, pouco frequentados e fazer o seguro do carro. “São paliativos que não resolvem o problema. Não posso dizer que esse menores são aliciados por quadrilhas ou algo assim, mas estão sempre envolvidos. Somente a mudança na legislação pode mudar esse quadro”, acredita. As informações são do jornal O Hoje.
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