Familiares dos goianos Thelma Vinhal e Euclides Guinato, assassinados a tiros em um complexo de apartamentos em Cobb County, nas proximidades de Atlanta, nos Estados Unidos, acreditam que o crime foi motivado por ciúmes. O suspeito, identificado como Péricles Moura, era ex-marido da vítima. Um tio de Thelma, o padre Valdemar Barbosa, conta que o homem tinha um temperamento forte.
“Ela conhecia muito bem o ex-companheiro. Sabia que o Péricles era um homem durão, de personalidade repentina e explosiva”, afirmou.
Thelma e Moura foram casados por cinco anos, segundo o tio, e tinham uma filha de seis anos. Ela ainda era mãe de outra menina, de 11 anos, fruto de um relacionamento anterior.
O tio conta que Moura e Guinato, também conhecido como Júnior Goiabeira, trabalhavam no ramo da construção civil e mantinham uma relação de parceria. “Eles se conheciam e tinham confiança um no outro, pois trocavam mão de obra quando era necessário”, diz o padre.
Um irmão de Moura, que não quis se identificar, diz que o casal de namorados irritava o suspeito. “Eles provocavam meu irmão, falavam algumas coisas para ele, que não aguentou”, disse. O tio de Thelma nega essa versão. “Minha sobrinha sabia com quem estava lidando. Então, jamais provocaria essa situação”, garantiu.
Moura morava havia cerca de 20 anos nos Estados Unidos. O irmão diz que a última vez que ele esteve no Brasil foi no ano passado. “Não dá para acreditar no que aconteceu. Ele era uma pessoa tranquila, trabalhadora. Lamentamos, pois foram três vidas perdidas”, disse.
Amigos de Péricles que chegaram a trabalhar com ele em sua empresa no exterior garantiram que o empresario ajudava todos brasileiros que chegavam ao país, e que diferente do que a família de Thelma alegou ele era um homem muito tranquilo e ajudava todo mundo.
O caso é investigado pela polícia de Atlanta e acompanhado pelo Consulado do Brasil, segundo o secretário de Assuntos Internacionais de Goiás, Elie Chidiac. “O casal [assassinado] namorava há cerca de dois meses e tudo indica que o crime teve motivação passional, por ciúmes”, afirmou.
Chidiac diz que os familiares de Thelma e Guinato, que eram de Nerópolis e Inhumas, respectivamente, já foram contatados. “Eles devem ir até a sede da secretaria, em Goiânia, na próxima quinta-feira (26). Aí poderemos ter mais detalhes sobre o que poderia ter resultado nesse crime”, afirmou o secretário.
Ele informou, ainda, que o consulado aguarda a liberação dos corpos e a conclusão do inquérito policial. “A maioria dos parentes de Moura reside nos Estados Unidos, por isso, acredito que o corpo dele seja enterrado lá. Mas vamos aguardar a liberação para ver qual será o próximo passo”, concluiu Chidiac.
A secretaria estima que atualmente 300 mil goianos residam no exterior. Só neste ano, 15 morreram em outros países.
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