O juiz Eduardo Pio Mascarenhas decidiu que o serial killer Tiago Henrique Gomes da Rocha irá a júri popular pelos homicídios das estudantes Ana Lídia Gomes de Sousa e Bárbara Luíza Ribeiro Costa, ambas de 14 anos. As decisões foram emitidas, respectivamente, na terça-feira (24) e quarta-feira (25). As datas dos júris ainda não foram marcadas, mas segundo o magistrado, devem ocorrer em maio, desde que não haja recurso da defesa.
O Ministério Público Estadual (MP-GO) diz que “está confiante” que o vigilante vá a júri popular em todo os casos em que é réu. “Tems a confissão, os exames de balística positivos, modo de agir semalhante, uma série de indícios, tudo aponto para o júri popular”, defende o promotor Maurício Gonçalves de Camargo.
Ana Lídia foi morta em 2 de agosto do ano passado em um ponto de ônibus do Setor Conjunto Morada Nova, quando esperava condução para se encontrar com a mãe na Feira da Lua, no Setor Oeste. Após o crime, o suspeito fugiu sem levar nenhum pertence da vítima.
Já Bárbara Luíza Ribeiro Costa, foi morta em 18 de janeiro do ano passado, no Setor Lorena Park. No dia do crime, segundo a ocorrência, a menina estava esperando a avó no banco de uma praça quando um homem em uma motocicleta atirou no peito da vítima e fugiu sem levar nada.
As audiências preliminares referente às mortes de Ana Lídia e Bárbaraaconteceram em 23 de fevereiro, no 1º Tribunal do Júri de Goiânia,no Fórum do Setor Oeste, na capital. Em ambas as ocasiões Tiagopermaneceu calado e de cabeça baixa, o que revoltou a avó deBárbara, Valdomira Ribeiro do Nascimento. Da plateia, ela esbravejou: “Levanta a cabeça monstro, você levantou a cabeça para matar a minha neta”.
Justiça
Até esta quinta-feira (26), Tiago da Rocha responde na Justiça por um total de 18 homicídios. Ele já passou por audiências preliminares em outros dois casos, o de Rosirene Gualberto e Bárbara Ribeiro. Além disso, é ouvido nesta quinta-feira por outros oito casos: Taynara Rodrigues da Cruz, Thamara Conceição, Ana Karla Lemes da Silva, Isadora Cândido, Lilian Sissi, Arlete dos Anjos, Juliana Neubia ePedro Henrique de Paula.
Ao ser preso, em outubro do ano passado, o suposto serial killer confessou, inicialmente, ter matado 39 pessoas desde 2011. Depois, em depoimentos na companhia de advogados, ele reduziu o número para 29.
Entretanto, a Polícia Civil seguiu investigando os casos tendo como base o número original de confissões. Até quarta-feira (25), 12 inquéritos sobre crimes confessados por Tiago seguiam abertos nas delegacias.
Prisão
O vigilante foi preso no dia 14 de outubro do ano passado e aguarda julgamento no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional deAparecida de Goiânia, na Região Metropolitana. Além de crimes contra mulheres, ele também confessou assassinatos de homossexuais e moradores de rua.
Na ocasião, o vigilante ficou em uma cela da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) por oito dias. No local, segundo revelou o delegado Eduardo Prado, o suspeito afirmou aos policiais que “estava com vontade de matar”.
Depois, em outubro, Tiago foi transferido para o Núcleo de Custódia do Complexo Prisional. Durante a transferência, mesmo escoltado por 20 policiais, ele conseguiu agredir um fotógrafo com um chute no abdômen antes de ser colocado no carro da polícia. No dia seguinte, o delegado Murilo Polati afirmou, durante entrevista coletiva, que o vigilante voltou a fazer ameaças de morte, desta vez, para os detentos do Núcleo de Custódia.
Atualmente, a unidade informou que o vigilante não tem apresentado sinais de agressividade e passa a maior parte do tempo lendo na própria cela, onde fica sozinho. “Desde a chegada dele ao Complexo Prisional, não manifestou nenhum comportamento anormal. Ele está com a rotina normal: banho de sol, alimentação, está sendo acompanhado por psicólogos e não manifestou nenhum comportamento agressivo”, relatou o gerente regional prisional,Leandro Ezequiel.
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